O delegado Francisco Araújo, responsável por um carro da Segurança apreendido e leiloado, pretende devolver o veículo. Ele comprou o carro que havia sido arrematado por uma outra pessoa, reformou e indicou a intenção restituí-lo. O governo, no entanto, disse que não aceitará de volta e o processo sobre o caso segue o rito normal.
A apreensão do carro sob a responsabilidade de Francisco ocorreu em outubro de 2019. O veículo estava abandonado no meio da rua quando foi encontrado pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito. Nove meses depois, ele foi leiloado por R$ 7,2 mil reais.
Documentos obtidos pela Rede Amazônica mostram que o carro pertencia a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e estava acautelado ao delegado desde abril, seis meses antes de deixado na rua, em Boa Vista. Francisco Araújo é delegado titular de Cacararaí, município no Sul do estado, distante cerca de 141 Km da capital.
O delegado-geral da Polícia Civil, Herbert Amorim, depois de saber que o delegado havia comprado o carro, informou à Sesp, via ofício, da intenção dele em devolver o veículo. O documento é da última segunda-feira (23).
No mesmo documento, o delegado-geral também cita o veículo apreendido na BR-174 em 19 de outubro deste ano, com William Evangelista Araújo, irmão de Francisco. Ele sugere que os dois carros sejam novamente destinados à delegacia de Caracaraí “para uso em prol da comunidade, como estava ocorrendo”.
A justificativa apresentada pelo delegado-geral é que os dois carros estavam “baixados” e sem condições de uso na garagem da Polícia Civil, no bairro São Vicente, em Boa Vista e, foram consertados pelo o próprio delegado Araújo, com apoio de dois deputados estaduais.
Procurado, o delegado Francisco Araújo informou por telefone que já encaminhou oficio a Sesp informando o desejo da doação e agora aguarda o retorno da Secretaria sobre a data para apresentar o veículo.
Em nota, a Sesp informou, no entanto, que “os veículos apreendidos em situação suspeita não serão cautelados novamente para a unidade policial de Caracaraí” e que o estado não aceitará a doação. Disse ainda, que as apurações criminal e cível abertas sobre o caso, continuam em andamento.
Informações: G1 Roraima – foto: Reprodução/Rede Amazônica
