MP de Roraima denuncia 44 presos ligados a série de ataques incendiários a mando de facção

O Ministério Público de Roraima (MPRR) informou nesta quinta (3) que 44 presos foram denunciados à Justiça por ligação com os 12 ataques incendiários a prédios públicos e automóveis na capital Boa Vista e outras quatro cidades do interior em julho do ano passado.

Os presidiários foram denunciados à Vara de Tráfico Ilícito de Drogas da Comarca de Boa Vista por integrar organização criminosa, causar incêndio em prédios públicos, tráfico e associação para o tráfico de drogas. Eles são integrantes da facção PCC.

A onda de ataques contra bancos, delegacia, quartel da PM, caminhão de lixo e ônibus, segundo o MP, foi orquestrada pelos chefes do grupo que agora estão detidos na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os demais envolvidos estão no sistema prisional de Roraima.

A denúncia, ainda de acordo com o MP, foi motivada com base nos dados coletados na operação Érebo da Polícia Federal que resultou em 45 mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão cumpridos em Boa Vista e Mossoró.

“De acordo com as investigações, sobretudo através de interceptações telefônicas deferidas judicialmente, foi possível evidenciar a frequência com que os acusados mantiveram contatos telefônicos objetivando a prática dos crimes”, informou o MP.

Nas investigações da PF foi descoberto ainda que os ataques também seriam uma “cortina de fumaça” para uma fuga em massa do maior presídio do estado, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, que agora está sob intervenção federal.

A denúncia foi protocolada no último dia 28 sob o número 0818418-14.2017.8.23.0010 e aguarda manifestação da Justiça.

Atentados em Roraima

Na madrugada de 30 de julho, bandidos atacaram agências bancárias e prédios públicos – incluindo sedes de Centros de Referência de Assistência Social (Cras), delegacia de Polícia Civil e um quartel da PM. Um caminhão de lixo também foi incendiado. No dia seguinte, um ônibus foi incendiado na capital e toda a frota saiu de circulação.

O risco de atentados ainda maiores foi detectado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em relatório que levou à intervenção federal em Roraima.

O relatório de inteligência apontou que há risco de atos “retaliatórios” de facções criminosas que atuam dentro e fora da prisão em Roraima, como o Comando Vemelho e o PCC.

A Abin alertou que “esses atos, que compreenderiam incêndio de ônibus e ataques contra prédios públicos ligadas a área de segurança, tendem a ser potencializados”.

Informações: G1 – Roraima