Boa Vista busca reclassificação de vulnerabilidade social para ampliar vagas no Mais Médicos

A Secretaria Municipal de Saúde informou nesta quarta-feira (21) que busca junto ao Ministério da Saúde mudar a classificação de vulnerabilidade social de Boa Vista para ampliar o número de médicos dentro do programa ‘Mais Médicos’.

A ideia é conseguir que o Ministério disponibilize mais 20 vagas dentro do programa – atualmente o município tem 58 profissionais do ‘Mais Médicos’ atuando nos postos de saúde.

Com perfil 3 na classificação do MS, que significa “menos vulnerável”, o pedido da prefeitura é para que governo federal reconsidere e classifique entre 4 a 8 – “mais vulnerável”, abrindo possibilidade para ampliação no número de médicos.

Esse pedido de reconsideração tem como base, principalmente, o impacto da crise migratória nos postos de saúde. Segundo o município, um relatório foi enviado o Ministério, que já negou uma vez essa mudança.

“Essa não reavaliação do perfil de Boa Vista não permite a renovação do contrato dos médicos que estão com contratos vencendo. Sendo assim, estes médicos estão encerrando seus contratos com o município de Boa Vista e essas vagas não estão sendo repostas com novos médicos”, explicou a superintendente de Atenção Básica, Cinthia Brasil.

Até o final deste mês, segundo Cinthia, oito médicos devem deixar o programa, cinco por encerramento de contrato e dois porque pediram desligamento.

Boa Vista possui 81 médicos que atuam nos postos de saúde. Desses, 58 são do programa Mais Médicos. Ainda segundo a prefeitura, a capital não contemplada com vagas quando o Ministério da Saúde abriu vagas ao programa no início desde ano.

“O quantitativo de médicos na atenção primária está diminuindo diante de uma demanda crescente, o que afeta a oferta de atendimento médico à população e sobrecarrega os profissionais que permanecem no quadro”, pontuou, o secretário municipal de Saúde Cláudio Galvão.

Em junho, foi aberto um processo seletivo que ofertou 15 vagas para clínico geral que atenderiam nas unidades básicas de saúde e o hospital da criança. Dos sete aprovados, três desistiram e só 4 assumiram os postos de trabalho.

Segundo a prefeitura, no primeiro semestre desde ano foram realizados mais de 680 mil atendimentos nas unidades básicas de saúde, entre atendimentos médicos, de enfermagem e outros serviços primários. Quase 140 mil (20%) desses atendimentos foram para venezuelanos.

“Nosso problema hoje é a falta de médicos, que não temos o suficiente para contratar aqui em Boa Vista e a condição de contratação pelo programa Mais Médicos não nos dá saída para ter uma quantidade boa de médicos como tínhamos a pouco tempo atrás, hoje nós temos uma demanda muito grande de atendimentos e falta profissionais”, disse a prefeita Teresa Surita (MDB).

A meta da prefeitura é, até o fim do ano, abrir concurso para preencher o numero de vagas necessários na Saúde municipal.

Informações G1 – Roraima – Foto: Karina Zambrana