O processo de Mecias de Jesus (Republicanos) por improbidade administrativa segue parado na Justiça Federal de Roraima. A reportagem constatou que a ação aguarda decisão há um mês desde que novas petições foram anexadas ao caso.
O processo corre na Justiça há quase 15 anos e faz parte das investigações do Escândalo dos Gafanhotos, que desviou R$ 300 milhões dos cofres públicos. O Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia.
Mecias faz parte de um grupo denunciado pelo órgão, por supostamente ter participado do esquema. No ano passado, no aniversário dos 15 anos da Operação Praga do Egito, uma fonte revelou ao Roraima em Tempo que Jesus era um dos políticos mais caros. Ou seja, detinha grande parte dos funcionários fantasmas na estrutura do governo.
No fim do ano passado, o atual senador apresentou um agravo regimental para criar mais provas no processo, que já estava para alegações finais. Com isso, foi designada a data de 24 de julho deste ano para depoimento de uma testemunha: James Serrador, próximo a Mecias.
O nome de James aparece no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) como testemunha ouvida. Ele é quem comanda a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), que recebe constantes reclamações quanto aos serviços prestados. Além disso, a reportagem já noticiou que pessoas ligadas a Mecias conseguiram empréstimo consignado, mas não são servidores efetivos.
Mecias não tem direito ao foro privilegiado neste caso, isto é, ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que os crimes foram cometidos antes de ele ser senador pelo estado. Com isso, o processo continua na Justiça Comum. No sistema do TRF-1, a reportagem localizou ao menos seis processos contra o parlamentar, sendo que apenas um continua ativo.
Caso seja condenado, o Senado Federal pode pedir a cassação do mandato de Jesus. Ele pode ser preso, tendo em vista que o STF autorizou prisão após condenação em segunda instância.
MANDATOS E PATRIMÔNIO
O parlamentar foi o deputado mais votado da Assembleia em 2002, com mais de 4 mil votos. Ficou em primeiro lugar no ranking até a eleição de 2010, quando chegou aos 7 mil. Em 2014, terminou em segundo lugar entre os mais votados.
No ano de 2006, o patrimônio de Mecias de Jesus estava avaliado em R$ 583 mil, sendo o maior bem 800 cabeças de gado. Quatro anos depois, tinha diminuído para R$ 326 mil.
Entretanto, no ano de 2010, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o patrimônio de Jesus estava avaliado em mais de R$ 1,3 milhão. Crescimento de 318% em apenas dois anos, desde a última declaração de bens à Justiça Eleitoral.
Nas Eleições de 2018, o patrimônio diminuiu para a casa dos R$ 600 mil. Bem abaixo do valor de R$ 1,2 milhão declarado em 2014.
Informações – Roraima Em Tempo – Foto – Divulgação Agência Senado
