Denarium alega alto custo e pede ajuda para contratar profissionais para unidade do Exército

O governador Antonio Denarium (PSL) procurou fôlego financeiro no Ministério da Saúde para conseguir cumprir a parte do Governo de Roraima, no que diz respeito ao funcionamento da Área de Proteção e Cuidados (APC), montada em parceria com o Exército em Boa Vista. O alto custo para contratar profissionais é um dos motivos.

Nessa terça-feira (28), em uma videoconferência com o representante da Pasta, Nelson Teich, Denarium solicitou recursos para efetivar os profissionais na unidade, bem como comprar equipamentos que vão ajudar na recuperação dos pacientes com coronavírus. O local vai receber até 1,2 mil pessoas.

“Precisamos de médicos, enfermeiros e técnicos. Os valores estão exorbitantes para que esses profissionais possam vir para o estado de Roraima”, disse Denarium ao ministro. Teich respondeu que o ministério vai analisar a solicitação, assim como ocorre nos demais estados. Serão levadas em consideração as peculiaridades de cada um.

Roraima, por exemplo, tem a migração venezuelana e os indígenas como preocupação do Estado. Contudo, não há prazo para avaliar os pedidos do governador. A aproximação de Denarium com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é cobrada por parlamentares e autoridades de saúde.

No último domingo (26), a Força-Tarefa Logística Humanitária transferiu venezuelanos para a APC, tanto quem testou positivo quanto quem está com suspeita de coronavírus. Atualmente, 143 imigrantes estão no espaço em isolamento, cumprindo os protocolos de saúde. Deste total, 138 estão com suspeita.

Outros cinco infectados estão no espaço e duas crianças no Hospital Santo Antônio, onde recebem atendimento. Além deles, um bebê de seis meses já está recuperado da doença. Ele foi o primeiro imigrante a vencer a Covid-19.

Ontem, foi realizada uma cerimônia de hasteamento da Bandeira Nacional e de instituições na Área de Proteção, simbolizando o início dos trabalhos.

ENVOLVIDOS

À reportagem, o Exército confirmou que “o início do atendimento na APC está na dependência dos insumos e da equipe de saúde, que devem ser disponibilizados pelo Governo do Estado de Roraima”.

A demora já dura mais de um mês, tendo em vista que a inauguração estava prevista para 26 de março, mas nunca saiu do papel por causa do Governo. Dias depois, uma nova previsão foi feita, contudo, também não se concretizou.

Na semana passada, a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), cobrou do Governo as equipes, insumos e materiais. Disse que o Estado é responsável pelos recursos que vêm do Ministério da Saúde e, por isso, cabe a ele implementar as ações na área de proteção.

“Existe competência de ações. Quem recebe recurso para enfrentar o coronavírus, equipamentos e insumos e profissionais é o Governo. Se o município tivesse recebido [a verba] garanto que estaria tudo pronto”, avaliou.