Teresa esclarece sobre lockdown, máscaras, respiradores, arraial e corrida 9 de julho

A prefeita Teresa Surita divulgou um vídeo nesta quinta-feira (14), onde tratou sobre diversos assuntos relacionados ao enfrentamento que sua gestão vem desenvolvendo em relação à pandemia de Covid-19. Ela reforçou a importância do isolamento social, uso de máscara e sobre a possibilidade de decreto de lockdown na cidade.

Teresa iniciou falando sobre as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis no Hospital da Criança Santo Antônio, ressaltando que há 42 respiradores disponíveis, sendo 24 adquiridos recentemente ao valor de R$ 26.500, cada. Além disso, reforçou a qualidade dos equipamentos, ao contrário de boatos que circulam nas redes sociais constando que não são “reais”.

“Não acreditem nas fake News que dizem que esses respiradores não são de verdade. Eles são de verdade sim, pagos com o preço correto. Então, nós temos 42 respiradores disponíveis caso haja necessidade na UTI. Então, falo aos papais e às mamães que fiquem tranquilos que nós estamos preparados para esse problema [a pandemia]”.

Além disso, a prefeita lembrou que no período chuvoso é comum a incidência de doenças sazonais, como a gripe. “Vamos ter que enfrentar todos esses problemas, ao mesmo tempo em que combatemos o coronavírus. É importante que todos se cuidem, pois quanto menos as pessoas ficarem doentes é melhor para todo mundo”.

Testes do Covid
Teresa também falou sobre os testes para Covid-19, feitos nas unidades básicas de saúde. O município recebeu 3 mil testes rápidos do Ministério da Saúde e agora há a previsão mais 4 mil. “O teste rápido é feito a partir do 8º dia em que a pessoa começa a sentir os sintomas. Quando ele dar respostas corretas. Infelizmente, não temos testes para todo mundo, como acontece em todo o Brasil. Mas nós temos, com prioridade aqueles que estão nos grupos de risco”.

Fiscalização

Respondendo uma pergunta feita por uma internauta, Teresa falou sobre o trabalho de fiscalização feito na cidade pela Guarda Civil Municipal para evitar aglomerações e qualquer descumprimento das medidas de segurança já decretadas no município. Segundo a prefeita, já foram feitas 1.128 visitas para orientações em diversos lugares da saúde. Porém, o problema é que, após a saída da GCM, aglomerações voltam.

“Muitas vezes, o comércio abre novamente as portas, mesmo sabendo que estão errados fazendo isso. Formalizamos 483 notificações. As pessoas têm que entender que o isolamento hoje é a única recomendação feita pela OMS, especialistas na área de saúde e países que já passaram por esse problema e não fizeram na hora, como medida de segurança”.

A prefeita ressaltou que o pico da pandemia em Boa Vista será no dia 8 de junho, de acordo com as projeções feitas por especialistas. “Para que o sistema de saúde não entre em colapso, é de extrema importância que as pessoas precisam compreender que as atitudes delas são responsáveis pelas demais pessoas, como vizinhos, pais, mães, grupos de risco, filhos. O que fazemos, reflete no outro. Por isso, temos que seguir as medidas: usar máscara, manter distância, lavar as mãos e não participar de aglomeração”.

Volta às aulas e eventos populares

Teresa esclareceu que ainda não há previsão do retorno às atividades escolares no município e que isso será a última medida a ser tomada quando a pandemia chegar ao fim. “Estamos fazendo um planejamento de abertura. As crianças são as que mais transmitem a doença. Toda vez que nas escolas há aglomeração, na entrada e na saída, é algo muito grande. Há escolas com mais de 1000 alunos. Então, estamos analisando tudo, acompanhando, para que o retorno seja de forma mais segura possível”.

Outra informação dada no vídeo da prefeita é o adiamento de grandes eventos municipais, como a Corrida 9 de Julho e o Boa Vista Juina. A previsão é que aconteçam entre outubro ou novembro, caso a pandemia seja controlada.

Máscaras

Outra pergunta respondida pela prefeita é quanto a possíveis punições a quem não usar máscara nas ruas e em outros ambientes públicos. Teresa destacou que o uso do material é obrigatório e que isso é constantemente orientado à população, como no caso dos terminais de transporte público.

“Fizemos marcação no chão para o distanciamento. e os ônibus não saem se todos os passageiros não estiverem de máscara”, disse Teresa.

Além disso, os comércios autorizados a funcionar têm a obrigação de não deixar ninguém entrar sem máscaras, oferecer álcool em gel para a higienização e fazer o distanciamento entre uma pessoa e outra.

“Então, existe a chance de multar, mas eu não quero usar esse recurso. Gostaria que as pessoas compreendessem. Por isso, faço um apelo a todos. Tentem conversar com as pessoas sobre a importância do isolamento social nesse momento”

A prefeita ressaltou a dificuldade dos gestores públicos em fazer com que as pessoas compreendam a gravidade do problema vivido. “Existem lugares em que as pessoas são mais disciplinadas. O Brasil não é disciplinado e fica ainda mais confuso com discursos diferentes. Mas, o correto é você usar máscara e tomar todas as medidas”.

Lockdown

Por fim, Teresa afirmou que ainda não é hora de fazer o “lockdown”, o bloqueio total da cidade como medida de barrar a infestação do coronavírus. Porém, caso seja necessário, a prefeita disse que vai aplica-la, pois o objetivo será enfrentar a pandemia com menos números de mortes possíveis e o maior número de pessoas salvas.

“Quem sofre mais é o grupo de risco. Mas já tivemos casos de pessoas que faleceram com 48, 49 e 20 anos. Um adolescente indígena também morreu. Essa doença não escolhe idade. Por isso, estamos acompanhando diariamente a questão dos leitos no HGR e todos os leitos disponíveis na cidade. Assim que percebermos que deve-se tomar essa medida [lockdown], nós vamos tomar com certeza”.