Hoje não temos leitos de retaguarda”, afirma Teresa em entrevista sobre Hospital de Campanha

Em entrevista à uma rádio local nesta segunda-feira (25), a prefeita Teresa Surita destacou os esforços de sua gestão para evitar o propagação do coronavírus e reafirmou a necessidade do Governo do Estado tomar uma postura quanto ao problema, principalmente relacionado ao Hospital de Campanha, que está sem previsão de funcionamento.

A prefeita disse que desde o início da pandemia, sua gestão buscou agir de forma intensa para evitar que o município chegasse a esse início de pico de infestação da Covid-19, ocasião em que o sistema de saúde entraria em colapso. Porém, ela afirma que o Governo do Estado não cumpriu com sua parte, o que tornou a situação ainda mais caótica em todo o Estado.

“Quando determinamos o isolamento social, pelo qual fui duramente criticada, a intenção era justamente ganharmos tempo necessário para não chegar no tempo em que estamos hoje, o do pico da doença. Só que, infelizmente, o Governo do Estado não fez a parte dele. Hoje, não temos os leitos de retaguarda que nos garantiriam enfrentar esse momento, com tantas mortes, que é o que nós queremos enfrentar”.

Outros pontos destacados na entrevista envolveram testes rápido, protocolo da cloroquina do Ministério da Saúde e também sobre a situação da saúde em todo o estado. Segundo Teresa, a possibilidade de uma intervenção federal é bem vista, pois resolveria diversos entraves pela qual os municípios têm vivido em termos de repasse de recursos para as ações de combate à Convid-19.

“Do jeito que as coisas ficaram, e do ponto em que nós estamos hoje, na minha avaliação, o melhor caminho seria a intervenção federal na saúde. Dessa forma nós teríamos uma resposta mais rápida em relação à situação em que a gente está vivendo”, afirmou Teresa na entrevista.

Cloroquina

A prefeita falou também sobre a mudança de protocolo adotada pelo Ministério da Saúde, que passou a utilizar a cloroquina no tratamento aos pacientes com Covid-19. No momento, a rede municipal de saúde dispõe apenas da quantidade necessária a pacientes com lúpus e malária, porém já solicitou mais caixas do medicamento para abastecer as unidades básicas de saúde.

A utilização do remédio, no entanto, depende da situação do paciente e também da liberação do médico no ato do atendimento, que nesse caso, deve informar sobre não haver nenhum estudo científico que comprove a eficácia do medicamento. O paciente deve estar ciente e assinar um termo de responsabilidade, ao lhe ser receitada a cloroquina, confirme exigência do próprio Ministério da Saúde.

Flexibilização e Lockdown

Teresa afirmou que, devido a atual situação vivida em todo o Estado, não é momento para falar sobre a flexibilização do comércio. No último boletim divulgado pelo Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), mais de 2.500 casos confirmados da Covid-19 foram registrados e mais de 80 mortes causadas pela doença.

“Nós trabalhamos desde o início para que a taxa de isolamento foi algo em torno de 70%, porém não chegamos nem a 45%. E isso nos preocupa. As pessoas não estão cumprindo com o isolamento, o que só dificulta as coisas e faz com que novos casos sejam registrados. Por isso, não podemos flexibilizar nada nesse momento”.

Da mesma forma, segundo a prefeita, um decreto de lockdown (bloqueio total) na cidade está fora de questão,pelo fato de que isso só teria sucesso se houvesse planejamento e união das instituições públicas, inclusive do Governo do Estado. “A prefeitura sozinha não teria condições de manter esse bloqueio sozinha. É preciso união, o que até agora é inviável”.

Teresa finalizou a entrevista dizendo aos boa-vistenses continuarem mantendo a calma e cumprindo as medidas de segurança já decretadas, como evitar aglomeração, usar máscara e o alcool em gel. “Se agirmos com esses cuidados, vamos sair dessa pandemia o quanto antes”.