Quando a pesquisa eleitoral gera prejuízo aos cofres públicos. E agora IBOPE?

Temos um segundo turno e custos adicionais aos cofres públicos para realizá-lo. Se sabe que a pesquisa eleitoral induz pelo menos 13% da população a votar em virtude dos números, levando assim, parte do eleitorado a escolher o mais bem colocado.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45740880

Naquele ano, 14% dos entrevistados relataram, diante de uma indecisão, já terem definido o voto em função dos resultados de pesquisas eleitorais (contra 81% que disseram não ter feito isso); 13% admitiram já terem mudado o voto ou deixado de votar levando em conta os resultados das pesquisas eleitorais (contra 87% que não).

Em Pesquisa realizada pelo Ibope no dia 29 de outubro o candidato Ottaci Nascimento aparecia com 27% a frete de Arthur Henrique com apenas 25% enquanto outros institutos apontavam Arthur com percentuais acima de 35% e Ottaci abaixo de 15%.

Os resultados das urnas mostram que de fato a pesquisa IBOPE estava totalmente longe da realidade e que as alegações de alteração de faixa de renda com o objetivo de mudar o resultado faziam sentido.

Por 0,36% a eleição não terminou no primeiro turno. E mesmo que o segundo colocado, Ottaci Nascimento, tenha ficado com apenas 10,59% contra os 49,64% do Arthur seremos obrigados a fazer mais aglomerações e a gastar recursos públicos na realização do segundo turno.

Será que a Justiça Eleitoral irá reconhecer o erro do IBOPE e responsabilizá-lo por isso?

A sociedade se manifesta.

Um movimento de cidadãos de Boa Vista fez com que o IBOPE precisasse ouvir inúmeras opiniões e críticas. Várias foram as mensagens enviadas à ouvidoria do instituto. Mesmo assim o IBOPE manteve o curso e realizou outra pesquisa no dia 10 de outubro fazendo pequena alteração na amostragem o que levou a empate técnico entre o primeiro e o segundo lugar.

Tivemos acesso a várias respostas, e em todas, a alegação do IBOPE era de que entre o censo de 2010 e hoje muito se alterou o cenário econômico de Boa Vista por isso as faixas de renda foram alteradas.

Interessante foi a anotação de um internauta que lembrou ao Ibope que de 2010 pra cá o Brasil empobreceu e que isso levou, inclusive ao impeachment da Dilma, e ainda mais, que estudos do IBGE apontam o empobrecimento de Roraima em geral.

https://www.facebook.com/IBOPE.In/posts/3423294564561746

Só para lembrar o IBOPE modificou a quantidade de pessoas de renda acima de 5 salários de 7% pra 24% e diminuiu os que recebem até 1 salário de 55% pra 21%.

Independente de que realmente devem ter ocorrido alterações nessa base é certo que 24% dos mais ricos contra 21% mais pobre é um sonho não realizado pelo Brasil nem nos estados mais ricos. Não é possível aceitar esse dado como verdadeiro ou minimamente próximo da realidade.

Mas como dissemos em matéria anterior as URNAS provariam que a pesquisa havia sido manipulada. Agora resta a justiça eleitoral de Roraima perceber a quão errada estava a metodologia e impugnar postumamente a referida pesquisa. 

Acredito se tratar de assunto ainda mais grave do que erro metodológico já que em casos como o visto por nós cidadãos de Boa Vista a pesquisa auxiliou a levar o pleito para o segundo turno. Se estudos apontam que 13% do eleitorado decide com base em pesquisa. Será que 0,36% do nosso eleitorado foi influenciado?

Quem paga a conta é o contribuinte que sempre é o penalizado nestes casos. Aguardamos o julgamento do mérito da representação contra a referida pesquisa e torcemos que no segundo turno não ocorra uma nova manipulação de amostragem.