Homem morre por infecção bacteriana no HGR e familiares suspeitam de negliência

Raimundo Oliveira, de 54 anos, morreu no dia 17 de maio no Hospital Geral de Roraima (HGR), um mês após entrar na unidade devido a complicações causadas pelo coronavírus.

Contudo, a família afirma que a morte de Raimundo não foi provocada pelo vírus, mas por uma bactéria. A filha dele, Mayara Oliveira, de 27 anos, explicou que ele foi vítima de infecção bacteriana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGR.

“Meu pai teve Covid-19 e sequelas. Desde o primeiro atendimento, pagamos remédios para ele. Só que ele foi levado para UTI e intubado. Lá, ele adquiriu as bactérias”, declarou.

A reportagem já mostrou denúncias que indicam infecção de pacientes por bactérias na unidade. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), no entanto, nega o descaso.

Mayara relatou que foi informada da infecção pela equipe médica que o atendeu. Ela, que comprava medicamentos para o pai desde que ele entrou na unidade, não pôde ir atrás de insumos contra as bactérias, por não serem vendidos em farmácia.

“Ele não morreu de Covid-19. Morreu de choque séptico, por falta de higienização e negligência sanitária. Medicações que o ajudariam só são disponibilizadas em hospitais, não se vende em farmácia. O governo não deveria deixar faltar”, ressaltou.

Para Mayara, o mais trágico é que, apesar de pacientes darem entrada no HGR por causa do coronavírus, há aqueles de outras causas, provocadas pela falta de higienização da UTI.

“Das quatro pessoas que conhecia que deram entrada no HGR no mesmo dia que meu pai, todas morreram. Mais duas pessoas que conheço deram entrada depois e também morreram. As pessoas não morrem só de Covid-19 naquela UTI, também há bactérias, porque aquele lugar não é sanitizado”, lamentou.

CITADA

A Secretaria de Saúde reitera que não existem registros de que pacientes tenham se infectado por bactéria dentro do HGR.

Esclarece que todas as unidades que integram a rede estadual, incluindo o HGR, seguem protocolos de prevenção e de segurança estabelecidos pelo Ministério da Saúde, em conformidade com os parâmetros exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, desta forma, todos os ambientes passam pela higienização diária.

Além disso, informa que o atendimento aos pacientes é prestado em ambientes distintos, de acordo com cada caso.

Em relação aos medicamentos, a Sesau esclarece que eles atendem às necessidades dos pacientes.

Informações: Roraima em Tempo