CPI da Covid prevê votar nesta terça-feira nova convocação de Airton Cascavel

Esta é a segunda convocação de Cascavel; desta vez ele deve ser ouvido como secretário da Saúde de Roraima (Foto: Arquivo Pessoal)

A CPI da Covid prevê votar nesta terça-feira (29) uma nova convocação do secretário de Saúde de Roraima, Airton Cascavel. O pedido foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), no dia 11 de junho.

Cascavel deve ser convocado na condição de secretário para explicar as aplicações de verbas federais no enfrentamento à pandemia em Roraima. A justificativa do requerimento são as operações da Polícia Federal (PF) deflagradas no estado para combater a lavagem de dinheiro.

Oitavo à frente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) na gestão de Antonio Denarium (sem partido), o empresário já teve aprovada outra convocação para depor à CPI da Covid, mas para esclarecer fatos de quando foi assessor do Ministério da Saúde, sob comando de Eduardo Pazuello.

A passagem pelo ministério foi um dos critérios que levaram Antonio Denarium (sem partido) a escolher Cascavel. Por outro lado, a CPI apura possível interferência de Airton nas ações da Pasta, que teriam levado às omissões do Governo Federal na pandemia, como a demora na compra de vacinas.

Cascavel já declarou, no mês passado, que vai de “cabeça erguida” depor aos senadores, “sem nenhuma preocupação”. De acordo com ele, “é uma satisfação ir lá dar esclarecimentos para o Brasil de como se conduziu os 12 meses que vivenciei e participei na linha de frente”.

POLÍCIA FEDERAL

Em Roraima houve duas operações de combate aos desvios de recursos: a Vírion, que mirou o deputado Jeferson Alves (PTB) e o ex-secretário Francisco Monteiro; e a Desvid-19, contra o senador Chico Rodrigues (DEM) e outros envolvidos. O montante chega a R$ 20 milhões, conforme a Controladoria-Geral da União (CGU).

Além de Cascavel, a CPI da Pandemia também deve convocar para depor os ex-secretários Francisco Monteiro, Olivan Júnior e Marcelo Lopes. Os três estiveram à frente da secretaria durante a pandemia, e terão que explicar as compras de insumos, materiais e equipamentos.

Documentos do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) foram enviados à comissão, e revelam justificativas como a “lei da oferta e da demanda” para compras superfaturadas.

Um dos casos de maior repercussão no estado foi a compra de 30 respiradores por R$ 6,4 milhões. Os aparelhos nunca foram entregues e uma ação contra ex-servidores corre na Justiça Federal. Além disso, há indícios de superfaturamento na compra de máscaras e álcool em gel, e cartilhas sobre o coronavírus.

Informações: Roraima em Tempo