Airton Cascavel, aliado de Denarium, responde a nova denúncia de estupro de vulnerável

Cascavel foi secretário estadual da Saúde do governo Antônio Denarium

O ex-secretário de Saúde de Roraima indicado por Antônio Denarium vem convivendo com nuvens carregadas sob sua cabeça. Pela segunda vez, Airton Cascavel está sendo acusado de estupro de vulnerável por ter supostamente tocado nas partes íntimas de sua neta M.J.A.S.. Airton já responde a um inquérito policial por, em 2019, ter supostamente estuprado uma adolescente de 13 anos.

Na nova denúncia, registrada no último dia 15 de setembro no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente, da Polícia Civil de Roraima, a denunciante afirma: “…a comunicante nos informou que é genitora de M.J.A.S., e que ao visitar o pai e avô paterno nos dias 12 e 13 de setembro de 2021, retornou na terça-feira (13/09/2021), reclamando de dores nas partes intimas. Que a criança relatou que seu avô havia pegado em sua parte intima e lhe machucado. Que suspeita que sua filha tenha sofrido abuso sexual por parte do avô paterno, AIRTON ANTONIO SOLIGO. Que solicita que sua filha seja submetida a exame de corpo de delito. É o relato”.

A primeira acusação contra Airton, repercutida pelo Portal O Poder em maio deste ano, de acordo com denúncia da vítima, ocorreu numa chácara localizada no Monte Cristo, zona rural de Boa Vista. O caso foi informado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) pela mãe da garota. Em depoimento, a adolescente relatou que estava na chácara onde moram o avô e o pai. Ao acordar, se dirigiu à piscina, a 200 metros da casa, para usar a internet pelo celular, quando foi abordada pelo suspeito.

Ao notar que a garota estava com os “lábios manchados”, Cascavel, ainda segundo relatos da vítima, quis saber o que havia acontecido e passou os dedos em seus lábios. Ela explicou que a mancha foi causada pela exposição ao sol após “chupar limão com sal”. Ainda conforme o depoimento da adolescente, após responder a Airton Cascavel, ele segurou o seu queixo e passou a língua em seus lábios. Assustada, ela se afastou e perguntou se ele estava “doido”.

Além de ser acusado de usurpação de função pública por ter atuado como servidor do Ministério da Saúde sem ter sido nomeado, de não ter aplicado corretamente os recursos enviados pelo Governo Federal, enquanto era secretário de saúde de Denarium, na implantação de 90 leitos de UTI no Hospital Geral durante a segunda onda da Covid-19 em Boa Vista, Airton ainda responde a processos por compra de votos nas últimas eleições em que disputou para o cargo de Deputado Federal.

Airton sempre teve as portas abertas para atuar no Governo de Antônio Denarium, que, desde o início do mandato, tenta acomodar Cascavel em instituições públicas. Foi assim na Femarth, mas deputados estaduais reprovaram seu nome em março de 2019. Desde então, assumiu um cargo no Ministério da Saúde, depois como secretário de Saúde de Roraima, cargo que permaneceu por poucos meses após pedir demissão por motivos de saúde, após supostamente ter contraído novamente a covid-19.

Dias após deixar o cargo de secretário de Saúde de Denarium, Cascavel foi convocado a depor na CPI da Covid-19 no Senado Federal. Cascavel chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), para faltar à CPI ou ter o direito de permanecer calado. A defesa de Cascavel chegou a alegar que a convocação não teria informado claramente se ele seria ouvido na condição de testemunha ou investigado.