Servidores da Saúde do Governo do Estado esperam há dois anos pelo resultado de cálculos de retroativo

A presidente do Sindprer foi enfática ao afirmar que a categoria está insatisfeita e vem cobrando uma paralisação de advertência e uma possível greve pelo não cumprimento do acordo feito durante a greve de 41 dias - Foto: Nilzete Franco

A presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindprer), Maria La Paz Perez Sampaio, disse que os servidores da saúde esperam há quase dois anos, para que o Governo do Estado conclua os cálculos referentes ao pagamento de retroativos das progressões. A informação foi dada durante entrevista ao programa Agenda da Semana, deste domingo (17), apresentado pelo economista Getúlio Cruz, na Folha FM.

“Sempre que fazemos contatos com a Segad [Secretaria de Estado da Administração] e com a Sesau [Secretaria de Estado da Saúde], a resposta que nos dão é de que estão fazendo os cálculos, que são demorados. Mas, o absurdo, o inadmissível é precisar de quase dois anos pra se fazer esses cálculos. Percebemos que há falta de compromisso e respeito com a categoria da saúde”, ressaltou a sindicalista.

Outra luta é da categoria de profissionais da enfermagem que, quando realizaram uma greve de 41 dias foram feitos alguns acordos como governo, como um novo PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), pagamento dos retroativos e outros direitos que a categoria reivindicou à época da manifestação.

“Mas, o que tem deixado a categoria da saúde insatisfeita, não só da enfermagem, mas a saúde em geral, é a demora para pagar os retroativos”, disse La Paz, como é mais conhecida entre os colegas de trabalho.

La Paz disse que existe a Lei 948/2014, que trata do PCCR, que segundo ela está defasado, contemplando todas as categorias da saúde, com exceção dos médicos que vão entrar no novo PCCR que foi aprovado e que vai valer a partir de 2022.

“Mas, conseguimos fazer a aprovação de um novo PCCR que engloba todas as categorias da saúde, que vai vigorar a partir de 2022. Porém, o Estado, durante este PCCR vigente, deixou de fazer a progressão no tempo hábil dos servidores. O estado atrasava as progressões e a gente vem brigando para que sejam feitas as progressões e colocando o servidor na sua letra correta dentro do PCCR, baseado no seu tempo de trabalho, e com isso a gente vem cobrando esse pagamento de retroativo que perdemos, porque não foram colocados na letra correta”.

Paralisação

A presidente do Sindprer foi enfática ao afirmar que a categoria está insatisfeita e vem cobrando uma paralisação de advertência e uma possível greve pelo não cumprimento do acordo feito durante a greve de 41 dias.

“Pela insatisfação e cobrança da categoria, estamos esperando finalizar o mês de outubro e se não tiver uma reposta positiva do governo, faremos uma assembleia geral agora em outubro para deliberar sobre a paralisação”, garantiu La Paz.

Os profissionais estão há quase seis anos sem reajuste. “O salário inicial de um enfermeiro é um pouco mais de 3 mil reais, e de técnico de enfermagem é 1.700 reais, para regime de trabalho de 30 horas no Estado e 40 horas na Prefeitura de Boa Vista. No novo PCCR, o salário inicial para um enfermeiro será de um pouco mais de R$ 5 mil e para técnico de enfermagem 2.800 reais”, disse La Paz.

Informações: FolhaBV