O que Tóffoli pretende ao investigar 600 mil contas bancárias?

Dias Tóffoli, presidente do STF (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Dias Tóffoli, presidente do STF (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

É falsa a informação de que 600 mil pessoas e empresas terão seus dados bancários investigados pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Tóffoli. O que será verificado nessas 600 mil contas é se essas pessoas e empresas receberam algum tipo de consulta ou mesmo quebra de sigilo nos últimos três anos por quem e a mando de quem.

Tóffoli não quer saber quanto A, B ou C movimentaram em suas contas, e sim, informações relacionadas à Unidade de Inteligência Financeira, o antigo Coaf, e também à integrantes do Ministério Público que já tiveram acesso aos relatórios de inteligência financeira, ou seja, que fuçaram as contas.

O presidente do STF determinou à Unidade de Inteligência Financeira, que forneça até as 18h de hoje, para que entregue a relação de:

– Quais instituições são cadastradas para receber os relatórios. Por instituição, quais são os agentes cadastrados e desde quando estão cadastrados no sistema.

– Quantos relatórios foram disponibilizados, por instituição de ofício, por iniciativa da Unidade de Inteligência Financeira; quantos relatórios foram disponibilizados por agentes cadastrados e respectivas instituições, de ofício, por iniciativa da unidade, ligada ao Banco Central.

– Quantos relatórios foram solicitados por instituições, como Polícia Federal e MPF, e quais são as instituições.

– Quais agentes solicitaram relatórios, as respectivas instituições e suas respectivas quantidades.

Em despacho ao procurador geral, Augusto Aras, Dias Toffoli disse que “revela-se apropriado que o próprio MPF informe voluntariamente a esta Suprema Corte e, em relação ao mesmo período de três anos, o seguinte:

Quantos e quais membros do MPF são cadastrados no sistema; quantos relatórios foram recebidos pelo MPF mediante relatório espontâneo encaminhado pela Unidade de Inteligência Financeira de ofício; e quantos relatórios o MPF recebeu em razão de sua própria solicitação”.

Se houve algum pedido irregular, alguma investigação irregular ou qualquer abuso para uso de investigação, esses nomes e a forma de operação vão aparecer. Há desconfiança de que políticos, empresários e empresas foram alvos preferenciais de investigadores, e que outras pessoas, tiveram seus sigilos preservados.

Vão perguntar: Isso tem a ver com a Lava Jato? Resposta: A Lava Jato e os Moros e Dalagnols da vida não têm com o quê se preocupar com isso, se não cometeram nenhuma irregularidade.

Interessante é que Sérgio Moro e Deltan Dalagnol – esse sempre tão falante nas redes sociais -, não deram um pio sobre pedido de informações feito pelo presidente do Supremo.

Informações: Fonte Brasil