Vereador acusado de integrar facção deixa prisão e reassume cargo na Câmara de Boa Vista

Vereador Wagner Feitosa (SD) assina termo de posse de recondução ao cargo após ficar mais de um ano preso
Vereador Wagner Feitosa (SD) assina termo de posse de recondução ao cargo após ficar mais de um ano preso

O vereador Wagner Feitosa (SD), que estava preso desde março de 2018 acusado de integrar uma facção e ameaçar servidores a devolverem o salário, foi reconduzido ao cargo no início tarde desta quinta-feira (27), um dia após a Justiça lhe conceder liberdade.

Feitosa foi solto nessa quarta (27), após Justiça acatar o pedido da defesa de revogar a prisão. Ele passou um ano e três meses no Comando de Policiamento da Capital, um quartel da Polícia Militar.

Ao pedir a liberdade, a defesa de Feitosa argumentou que instrução criminal já havia sido concluída, não sendo mais necessário o réu ser mantido preso. A mesma alegação foi aceita para dar liberdade ao chefe de gabinete do vereador, preso na mesma operação, solto semana passada.

Depois de livre, Feitosa protocolou um documento na Câmara pedindo retorno imediato às atividades. A posse foi amparada pelo Regimento Interno e o presidente Casa, Mauricélio Fernandes (MDB), reconduziu o vereador ao cargo.

“Ele foi nomeado vereador de novo em uma sessão solene. O seu substituto, Alan do Povão (PRB), já foi afastado do cargo”, declarou Fernandes. A defesa do vereador foi procurada, mas não se manifestou.

A prisão de Feitosa foi revogada pela juíza Daniela Schirato Collesi Minholi, da Vara de Entorpecentes e Organização Criminosa, onde o processo tramita, após aval do Ministério Público de Roraima (MPRR).

Embora tenha concedida liberdade a Feitosa, a juíza determinou que o vereador não pode sair de Boa Vista e deve informar a justiça se mudar de endereço. Ele também deve se recolher em casa após as 22h, durante feriados e finais de semana. Caso as normas sejam descumpridas, uma nova prisão preventiva poderá ser decretada.

Relembre o caso

O ex-vereador, Wagner Feitosa, foi preso sob acusação de usar um membro de facção criminosa para ameaçar os servidores de seu próprio gabinete. A intimidação tinha como objetivo fazer com que os comissionados devolvessem os salários que recebiam.

Ao ser alvo da operação Soturno, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o parlamentar também foi acusado de se eleger com dinheiro de facção.

Após a prisão, Wagner foi afastado do cargo pela Câmara de Boa Vista. Além do parlamentar, foram presos dois funcionários dele. Um era o chefe de gabinete, já solto, e o outro um assessor.

O servidor que denunciou o ex-vereador chegou a mostrar um áudio que supostamente se trata de uma ligação entre Wagner Feitosa e o membro da facção.

Informações: G1 Roraima