Nos últimos anos, o cenário político global tem sido marcado por uma transformação significativa na maneira como campanhas eleitorais são conduzidas. A desconstrução de imagens, uma estratégia que visa minar a credibilidade e a reputação dos adversários, emergiu como uma ferramenta poderosa para candidatos que buscam vencer eleições. Exemplos notáveis dessa abordagem são as campanhas de Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil, ambos conseguindo dobrar máquinas políticas poderosas a seu favor.
A desconstrução de imagens envolve a utilização de mídias digitais para expor falhas, inconsistências e escândalos dos oponentes, muitas vezes de maneira agressiva e direta. Trump, por exemplo, utilizou o Twitter como uma plataforma para atacar seus adversários, rotulando-os com apelidos pejorativos e destacando suas fraquezas. Bolsonaro, por sua vez, fez uso extensivo das redes sociais para disseminar mensagens que questionavam a integridade e a competência de seus concorrentes.
Essa estratégia se mostrou eficaz por várias razões. Primeiramente, ela cria uma narrativa de “nós contra eles”, polarizando o eleitorado e mobilizando uma base de apoio fervorosa. Em segundo lugar, a desconstrução de imagens desvia a atenção das falhas do próprio candidato, concentrando o debate nos defeitos dos adversários. Por fim, em um ambiente de mídia digital onde a informação circula rapidamente e muitas vezes sem verificação, as mensagens negativas tendem a se espalhar com mais facilidade do que as positivas.
Por outro lado, candidatos que optam por uma abordagem mais tradicional, focando apenas em propostas e mensagens positivas, muitas vezes encontram dificuldades em competir nesse novo cenário. A ausência de ataques diretos e a falta de uma estratégia de desconstrução podem ser interpretadas como sinais de fraqueza ou desconexão com a realidade política atual. Além disso, esses candidatos podem ser vistos como incapazes de responder de maneira eficaz às críticas e ataques, o que pode prejudicar sua imagem perante o eleitorado.
A campanha de Hillary Clinton em 2016 é um exemplo de como a falta de uma estratégia de desconstrução pode ser prejudicial. Embora Clinton tenha apresentado um plano detalhado de políticas e mantido um tom positivo, ela foi constantemente atacada por Trump, que conseguiu moldar a percepção pública de sua candidatura de maneira negativa. Da mesma forma, candidatos que enfrentaram Bolsonaro em 2018 muitas vezes se concentraram em propostas e evitaram confrontos diretos, o que permitiu que Bolsonaro dominasse a narrativa.
Em conclusão, a desconstrução de imagens se tornou uma arma poderosa nas campanhas eleitorais modernas, especialmente em um ambiente de mídia digital onde a informação é disseminada rapidamente e muitas vezes sem verificação. Candidatos que dominam essa estratégia, como Trump e Bolsonaro, conseguiram vencer eleições ao dobrar máquinas políticas poderosas a seu favor. Por outro lado, aqueles que optam por uma abordagem mais positiva e evitam ataques diretos podem encontrar dificuldades em competir nesse novo cenário, onde a desconstrução de imagens se tornou uma ferramenta essencial para o sucesso eleitoral.