Ainda este mês, o ministro do STF Kassio Nunes Marques assume a presidência do TSE. Ele estará para a direita como Alexandre de Moraes esteve na eleição de 2022 para a esquerda.
Mas, antes de assumir a presidência, ele pode tomar uma decisão que criará grandes problemas e perdas para a direita brasileira já a partir de agora, bem antes das eleições de 2026.
Caso Kassio Nunes Marques tenha a coragem de absolver Denarium, sem qualquer prova ou decisão legal fundamentada e crível, iniciará seu mandato de 2 anos como presidente do TSE como alguém que teve a coragem de ultrapassar todos os limites legais para salvar da condenação um governador que, além de ter cometido todos os crimes pelos quais foi cassado 3 vezes pelo colegiado do TRE de Roraima, ainda está próximo e possivelmente envolvido com crimes como tráfico de drogas e assassinato, segundo denúncias e investigações em curso. Isso sem falar no famoso genocídio Yanomami e nas mortes de centenas de bebês na maternidade de lona de Roraima.
Não estamos falando em absolver alguém por apenas uma acusação frágil, mas sim de alguém que bateu recordes de cassação em seu estado e que é investigado por crimes comuns do mais baixo nível.
Naturalmente, tudo precisa ser apurado em termos de crimes comuns, mas na política todos sabem que não basta estar certo, é preciso parecer certo, e tudo que Denarium parece é o contrário.
Já nos casos da justiça eleitoral, ele não parece culpado, ele é e será culpado, mesmo que a força do poder e do dinheiro venha a absolvê-lo, o que nos parece impossível.
Então, a pergunta retumba aos ouvidos dos membros da direita, que precisam de algo mais do que lisura para retomar o poder:
Como, diante de tantas acusações a tantos membros da direita neste momento, salvar Denarium poderia ajudar na condução do TSE por 2 anos até a eleição de 2026?
Na realidade, parece que um possível erro de julgamento e salvamento de Denarium pode empurrar ainda mais a direita ladeira abaixo.
Será que Denarium é mais importante do que Bolsonaro, para Kassio Nunes Marques votar, quem sabe, pela sua absolvição?
Provavelmente não, pois inclusive, Denarium flerta com a esquerda e puxa saco de todos os líderes que até 2022 atacava. Vale a pena salvar Denarium e prejudicar Bolsonaro?
Ps: Essa análise vale também para o ministro André Mendonça no que tange a estratégia de longo prazo da direita.