O clima na cidade é de vitória avassaladora de Arthur Henrique sobre Catarina Guerra. A máquina governamental, com todas as suas artimanhas, não conseguiu reverter o impasse criado por Nicoletti, que, na prática, apenas permitiu a entrada de Catarina na eleição de 2024 sob judice (sob julgamento), com muitos altos e baixos.
O golpe final foi desferido ontem pelo MPE em Brasília, que confirmou a decisão do TRE-RR, entendendo que a candidatura de Catarina Guerra não é legal. Isso corrobora nossa tese publicada em 8 de agosto, explicando as razões pelas quais o registro eleitoral de Catarina Guerra é inviável.
Essa manobra aparentemente astuta, mas arrogante de Denarium será a confirmação de que ele é um homem ambicioso e desonesto, contribuindo para sua cassação no TSE.
Diante desse cenário, não é surpreendente que alguns membros do grupo de Catarina considerem que é melhor perder por não poder participar do que ser derrotado nas urnas e sair menor do que entrou. Além da derrota, o governo exporá sua fragilidade política.
Para o arrogante Denarium, essa seria uma excelente saída, mas ele não tem poder, a esta altura do campeonato, para alterar o curso dos acontecimentos, assim como não terá para impedir sua própria cassação após a eleição.
Vale lembrar que, antes da eleição, o governador afirmava que compraria Boa Vista como comprou o estado em 2022.
Toda essa bizarrice ocorreu devido aos interesses de Denarium em se manter no poder por mais tempo e sua negociação com Davi Alcolumbre para mantê-lo no cargo, pelo menos durante a eleição deste ano.
Alcolumbre, então forte candidato à presidência do Senado, foi ao TSE pressionar a ministra Cármen Lúcia para que mantivesse Denarium no cargo durante a eleição. Não se sabe ao certo o que foi discutido no TSE, mas todos sabemos que quem tem o poder de processar ministros do STF é o Senado, e quem autoriza ou não esses processos é exatamente o presidente do Senado. Vale lembra que à época Alcolumbre era o mais bem cotado ao cargo de presidente do Senado.
Com esse possível poder projetado à frente, o homem forte do União Brasil negociou Boa Vista em troca da manutenção de Denarium no cargo.
Ele só não contava com o fato de que Nicoletti não abriria mão de sua liderança e venceria a convenção do União Brasil, e que a federação dos partidos PC do B, PV e PT entraria com um pedido de impugnação da candidatura de Catarina Guerra, com alegações bem fundamentadas que serviram de base para que o MP Eleitoral de Roraima solicitasse sua impugnação e, ao mesmo tempo, contribuísse oportunamente no julgamento do embargo pelo pleno do TRE-RR. Esses elementos esclarecidos culminaram por confirmar a inviabilidade da candidatura de Catarina.
Seja como for, julgada e impugnada ou não antes do dia 06 de outubro, o MPE, ao anunciar seu parecer, enterra de vez a candidatura de Catarina, que vê eleitores engrossarem ainda mais as fileiras de apoiadores de Arthur Henrique.