Três recém-nascidos morreram na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth

Três recém-nascidos morreram na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, em Roraima, devido à falta de diálise ou ao uso incorreto de equipamentos, de acordo com uma denúncia protocolada no Ministério Público. As crianças foram internadas com diferentes problemas de saúde e a diálise foi indicada com urgência, porém, o procedimento foi atrasado ou realizado de forma inadequada. A denúncia também aponta que a clínica responsável pelo serviço de hemodiálise ao estado não recebeu o pagamento da Secretaria de Saúde, o que levou à rescisão do contrato e contratação de uma empresa de Manaus. A Secretaria de Saúde afirma que ainda não recebeu notificação sobre as denúncias e irá investigar o caso, enquanto o Conselho Regional de Medicina e a Assembleia Legislativa de Roraima afirmam que estão apurando os fatos e tomarão as medidas necessárias. A denúncia destaca que, quando a técnica correta é aplicada, os pacientes têm chances de recuperação entre 25% a 50%, o que reforça a gravidade da falta de diálise adequada na Maternidade de Roraima. A situação é ainda mais alarmante considerando que os recém-nascidos envolvidos tinham chances reais de sobrevivência se o tratamento adequado tivesse sido fornecido a tempo.

Essa denúncia vem à tona em um momento em que a Secretaria de Saúde de Roraima enfrenta uma série de problemas relacionados ao pagamento dos serviços de hemodiálise. A dívida com a clínica que prestava o serviço há anos ultrapassou R$ 8 milhões e os atrasos ocorrem desde o ano passado.

A rescisão do contrato com a clínica e a contratação de uma empresa de Manaus levantam questionamentos sobre a eficiência na prestação de serviços de saúde em Roraima. A falta de pagamento e a substituição abrupta de fornecedores podem ter contribuído para condições precárias no atendimento aos pacientes, como no caso da diálise inadequada relatada.

A gravidade da situação exige uma resposta urgente das autoridades responsáveis. A morte de recém-nascidos por falta de diálise ou pelo uso incorreto de equipamentos é uma tragédia que não pode ser ignorada.

É fundamental que o Ministério Público, o Conselho Regional de Medicina e a Assembleia Legislativa de Roraima investiguem prontamente as denúncias e tomem medidas efetivas para garantir a responsabilização dos envolvidos e evitar que novas tragédias ocorram.

Além disso, é preciso que a Secretaria de Saúde de Roraima assuma a sua responsabilidade e adote medidas imediatas para garantir a qualidade e segurança no atendimento dos pacientes. Isso inclui o pagamento adequado e pontual aos prestadores de serviços de saúde, a implementação de protocolos claros e eficientes para a realização de procedimentos como a diálise, e a fiscalização adequada para garantir o cumprimento desses protocolos.

Os recém-nascidos são os seres mais vulneráveis e precisam de cuidados especiais para sobreviverem.

A justiça do estado não pode se omitir de tão grave denúncia. Dia 14 retorna o processo de cassação da chapa do Governador Denarium. Esperamos que se faça justiça. O estado de Roraima não aguenta mais tanto descaso e abandono.