Sem merendeira, alunos fazem a própria comida em escola indígena do Norte de RR

Escola indígena Tuxaua Otávio Manduca também sofre com falta servidores de apoio e de infraestrutura. Denúncia é de professor que atua na unidade (foto: Arquivo Pessoal)
Escola indígena Tuxaua Otávio Manduca também sofre com falta servidores de apoio e de infraestrutura. Denúncia é de professor que atua na unidade (foto: Arquivo Pessoal)

Um professor da escola estadual indígena Tuxaua Otávio Manduca, localizada na comunidade Jacamim, na região da Serra da Lua, no município do Bonfim, procurou o G1 nesta terça-feira (3), para reclamar da falta de servidores de apoio e merenda escolar na unidade.

Segundo o professor Dernival de Souza Gomes, que dá aula de matemática e física, os docentes são obrigados a limparem as salas de aula e os alunos ficam responsáveis por fazerem a própria merenda.

“O gestor da escola faz reunião todas às quartas-feiras e pede aos professores que varram as salas de aulas ao sair e ao entrar. Para mim fica difícil, pois dou aula nos dois turnos. Caminho cerca de 1 km, chego cansado e ainda tenho que varrer sala”, disse.

Em nota a Secretaria de Educação informou que está providenciando a contratação dos profissionais de apoio, bem como a aquisição dos produtos que estão em falta, mas declarou que o arroz tem sido entregue a unidade regularmente.

Gomes relatou também desde o início do ano letivo o governo não contrata zeladores e merendeiras. Ele afirmou ainda que o tuxaua da comunidade já encaminhou vários documentos à Secretaria de Educação solicitando contratação de servidores.

O professor afirmou ainda que faltam alguns mantimentos como leite, açúcar e arroz, o que prejudica a alimentação do alunos. Além disso, a unidade sofre também com a falta de infraestrutura.

“Na escola não tem merendeira, quem faz o lanche são o próprios alunos de 6º ano ao ensino médio. Algumas vezes eles ficam sem merendar e outras comem com água gelada”, declarou.

Ao todo, escola atende 291 alunos, sendo 150 do 1º ao 5º ano ensino fundamental, pela manhã, e 141 alunos de 6º ano ao 3º série do ensino médio no período da tarde. Os estudantes são das etnias Macuxi e Wapichana.

Informações: G1 Roraima