Agentes denunciam paralisação das obras da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista

Sindicato diz que atraso é proposital e forma do secretário da Sejuc se manter no cargo - Arquivo pessoal
Sindicato diz que atraso é proposital e forma do secretário da Sejuc se manter no cargo – Arquivo pessoal

O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindape) denuncia a paralisação das obras de reforma do Bloco “A” da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), localizada na zona Rural de Boa Vista.

A reportagem recebeu fotos que mostram que, de fato, as obras estão paralisadas ainda incompletas, sem nenhum maquinário, equipamentos ou funcionários da construção civil atuando na obra.

De acordo com o sindicato, a reforma começou entre maio e junho e tinha prazo de conclusão de 90 dias. No entanto, a entidade explica que as obras já estão paralisadas há cerca de três semanas.

“Há uma protelação proposital por parte do secretário da Sejuc [Secretário de Justiça e Cidadania] e isso é muito preocupante, pois ele está usando isso como uma forma de se manter no cargo”, relata nota enviada à redação.

Segundo a categoria, a paralisação das obras é uma estratégia para prorrogar a permanência da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) em Roraima.

“Temos a percepção de que o gestor [André Fernandes] está manipulando o andamento das obras como forma de protelar a permanência da FTIP no Estado”, explica.

Conforme o Sindape, a medida também é uma das formas de atrasar o andamento do concurso público para agentes penitenciários, que segundo eles, foi anunciado como uma tentativa de ocultar os atos cometidos pelo secretário da Sejuc, que levou dois reeducados para fazer reformas pessoais na residência onde vive, sem autorização da justiça.

“É importante frisar que o próprio governador Antonio Denarium [PSL], de forma pirotécnica fez uma coletiva de imprensa para anunciar o concurso público e até o presente momento nenhum ato administrativo foi praticado pelo governo para a realização do certame. Ficando claro que o anúncio foi uma forma de abafar o ato criminoso do secretário André Fernandes que levou os presos para sua casa para realizar obras particulares”, esclarece a nota.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania informou que as obras das unidades prisionais do Estado estão ocorrendo normalmente, no entanto, a empresa responsável pela obra está com dificuldades em encontrar alguns materiais e remaneja os funcionários para outros locais.

A Secretaria ressaltou ainda que a solicitação para prorrogar a Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FITP) foi encaminhada para o Ministério da Justiça no início de novembro.

Informações: Roraima em Tempo