

A Terra indígena (TI) Yanomami, localizada nos estados de Roraima e Amazonas, foi o território indígena da região amazônica com a maior alta no percentual de desmatamento, no período de um ano.
Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), com base nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora por satélite o desmatamento na região, entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento na TI registrou alta de 1.600%, se comparado com o mesmo período no ano anterior.
Conforme o estudo, a principal suspeita é a crescente atividade de garimpo em Roraima. Somente no último ano, o Estado exportou mais de 725 kg de ouro para outros países. A hipótese é que o mineral tenha sido extraído na TI Yanomami.
Dez terras indígenas na região amazônica foram identificadas pela pesquisa como regiões críticas. Desse total, seis estão no Pará, duas em Rondônia, uma no Mato Grosso e outra em Roraima.
No ranking dos maiores percentuais de desmatamento, aparecem terras indígenas localizadas no Pará, com destaque para o território dos povos Ituna/Itatá, com crescimento de 656% durante a realização da pesquisa.
ÁREA DE DESMATAMENTO
Mesmo havendo registrado alta em relação ao ano anterior, a área desmatada na TI Yanomami foi relativamente pequena (419,62 hectares), quando comparada a outros territórios da região amazônica. Com mais de 12 mil hectares desmatado, Ituna/Itatá foi a área mais devastada entre 2018 e 2019.
O Pará foi a unidade federativa mais afetada, com mais de 34 mil hectares em seis terras indígenas desmatadas. No total, mais de 37 mil hectares foram desmatados nas dez terras indígenas identificadas pela pesquisa.
Independente disso, o desmatamento em terras indígenas representou somente 4,2% do total desmatado em toda região amazônica. Mais de 82% está em área sem proteção ambiental e 13% em unidade de conservação.
Informações: Roraima em Tempo