Moradores de Rorainópolis denunciam que hospital está sem álcool etílico e luvas para servidores

Justiça determinou que o Estado regularizasse os atendimentos integrais de forma urgente na unidade, mas liminar não foi cumprida (foto: Sesau)

O Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto, em Rorainópolis, é mais uma unidade de saúde estadual que passa por problemas devido ao aumento na incidência de casos de coronavírus em Roraima.

Denúncias recebidas pela reportagem indicam falta álcool etílico, usado para esterilizar equipamentos, e luvas. Por causa disso, profissionais são obrigados a improvisar durante atendimentos.

A unidade também está próxima da superlotação. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), três dos cinco leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão ocupados. A unidade é responsável por toda a região Sul do estado, e registra pacientes do Amazonas.

“Recentemente, luvas P e M acabaram, e agora todos usam somente a G. Setores utilizam álcool em gel para alguns procedimentos. [Os profissionais] conseguiram três frascos doados pela prefeitura para molhar o algodão, mas o Centro cirúrgico não faz higienização por conta dessa falta”, explicou um denunciante anônimo.

A Prefeitura de Rorainópolis disponibilizou temporariamente servidores para atender a demanda causada pela Covid-19 em 2020. Após diminuição dos casos, os profissionais foram remanejados para Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Agora, somente trabalhadores estaduais tomam conta da unidade.

“Há poucos meses, costumávamos atender seis pacientes por dia [para exame da Covid-19]. Hoje, são de 20 a 30, igual o período após o vírus chegar em Roraima. Vereadores do Sul se reuniram, pois a demanda está vindo para Rorainópolis e estão com desfalque de funcionários, principalmente enfermeiros”, disse.

O Roraima em Tempo já mostrou o impacto dos novos casos no Hospital Geral de Roraima (HGR), Maternidade Nossa Senhora de Nazaré e Hospital das Clínicas. Todos sofrem com falta de equipamentos e estão com dificuldades para atender os pacientes. A situação levou o governo a suspender cirurgias eletivas para economizar oxigênio.

CITADA

A Sesau afirmou que o Hospital Ottomar de Souza Pinto é atendido regularmente pela Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF). “Ocorre que há momentos em que o fluxo de atendimento aumenta de forma considerável, devido ao atual cenário da pandemia, e desta forma torna-se necessário a utilização de uma quantidade maior de insumos, do que o previsto”, ponderou.

Disse ainda que o estoque está abastecido com luvas nos três tamanhos, P, M e G, e que já fez a solicitação de álcool para reabastecimento. Em relação aos profissionais, frisou que tem feito processos seletivos para reforçar equipes.

“É importante ressaltar que nas últimas semanas houve um aumento da demanda de pacientes que procuram atendimento, uma vez que relatam enfrentar dificuldades para conseguir atendimento em alguma Unidade Básica de Saúde”, finalizou.

Informações: Roraima em Tempo