“RACHADINHA”: Ex-vereador de Boa Vista é condenado à prisão por obrigar servidores a devolverem salário

Wagner Feitosa e mais dois ex-servidores da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) foram condenados acusados de esquema de "rachadinha" (Foto: FolhaBv)

A Justiça condenou o ex-vereador de Boa Vista, Wagner Feitosa (SD), a 11 anos e quatro meses de prisão por obrigar servidores do gabinete a devolverem o salário e também por corrupção ativa. A decisão é da juíza Daniela Schirato, da Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas. O ex-parlamentar disse que vai recorrer.

A decisão foi divulgada nesta segunda-feira, 08, e se refere à uma investigada ainda em 2018, na época em que Feitosa era vereador da CMBV. Na época, o então parlamentar chegou a ser preso e afastado das suas funções políticas, mas conseguiu reaver a situação e voltar ao plenário. Já hoje, 09, pela manhã, o ex-vereador afirmou que irá recorrer do processo.

“Estou passando para informar que estou bem, ao lado da minha família e irei recorrer dessa decisão absurda. Em 2018 fui acusado de pertencer a uma facção, me tiraram da cadeira de vereador, “muita calúnia, difamação, etc”. Depois de um ano o próprio MP [Ministério Público] pediu absolvição desse absurdo e voltei à cadeira de vereador.

Confio e acredito na justiça de Deus, quem me conhece sabe da minha índole. Fui um vereador atuante principalmente na área social, vou lutar até o fim para provar que estou sendo mais uma vez injustiçado. Tenho fé que irei provar minha inocência no Tribunal e passar por mais uma provação. Confio no Deus que sirvo”, disse Feitosa, em nota na íntegra.

ENTENDA – A decisão da juíza Daniela Schirato é datada do dia 25 de fevereiro e condena Feitosa a 11 anos e quatro meses de prisão inicialmente em regime fechado; condena o ex-chefe de gabinete do parlamentar a seis anos e 11 onze meses, em regime semiaberto; e condena o ex-assessor a pena de nove anos e quatro meses em regime fechado.

Segundo a juíza, os servidores que ficaram sem receber passaram por momentos de “profunda angústia” e tiveram suas vidas alteradas pela necessidade sofrida. “Em virtude de não disporem, por alguns meses, de uma parte ou do total de seus salários para a satisfação de suas necessidades básicas”, ressaltou.

Informações: Folha de Boa Vista