Denárium pode ser convocado para depor na CPI da Covid

No pedido feito pelo senador Alessandro Vieira, o parlamentar avalia que a oitiva do governador é essencial para esclarecer fatos relacionados à Operação Desvid-19

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu nesta terça-feira (25) que o governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido), seja convocado para depor na CPI da Covid. O requerimento deve ser apreciado nesta quarta-feira (26).

No documento, o parlamentar avalia que a oitiva do governador é essencial para esclarecer fatos relacionados à Operação Desvid-19, que investiga desvios de recursos públicos por meio de direcionamento de licitações na Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau).

Além de Denarium, também deve ser convocado o atual secretário da Saúde, Airton Cascavel. Ele foi assessor do Ministério da Saúde, na gestão de Eduardo Pazuello, e é considerado um dos nomes mais importantes e influentes na pasta.

A CPI da Covid no Senado Federal tem 11 titulares e sete suplentes, e apura eventuais omissões do Governo Federal na pandemia do coronavírus, o que inclui compra de vacinas e medicamentos sem eficácia comprovada.

CONVOCADOS

A convocação de Denarium está entre as solicitações que pedem a oitiva de nove governadores e 12 prefeitos e ex-prefeitos para depor sobre suspeitas de desvio de recursos para o combate ao coronavírus.

A CPI da Covid deve votar 24 requerimentos para convite a testemunhas. Os senadores querem ouvir médicos e pesquisadores sobre tratamentos e protocolos usados no enfrentamento à Covid-19.

DESVID-19

A operação citada pelo senador sergipano apura desvios de R$ 20 milhões, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). Os recursos do esquema criminoso deveriam ser utilizados em ações de enfrentamento à pandemia.

Um dos nomes vinculados às fraudes é do senador Chico Rodrigues (DEM). Ontem, a reportagem revelou detalhes da interferência do parlamentar nos contratos da Sesau, e como ele articulou a permanência de um secretário da Saúde.

Chico foi flagrado com R$ 33 mil na cueca durante as diligências, mas nega participação. O político ficou afastado do cargo por 121 dias, e retornou em fevereiro deste ano por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, ele não pode fazer parte da comissão que fiscaliza as aplicações de recursos no combate ao vírus.

O Ministério Público Federal (MPF) cita ainda a participação dos outros dois senadores de Roraima nos esquemas. Telmário Mota (Pros) e Mecias de Jesus (Republicanos) são suspeitos de indicar operadores para direcionar os contratos. Um deputado estadual, um vereador e um ex-deputado estadual fazem parte dos esquemas, de acordo com o inquérito.

Informações: Roraima em Tempo