“DINHEIRO NA CUECA” – Chico gastou R$ 132 mil do “cotão” para “limpar” a própria imagem

O senador chegou a ser indiciado pela prática dos crimes de peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e desacato - Foto: Agência Câmara

Desde que foi flagrado pela Polícia Federal com cerca de R$ 33 mil nas nádegas, no final de 2020, o senador Chico Rodrigues (DEM) tem tentando abafar o caso e melhorar a imagem desgastada. Só este ano, o parlamentar já gastou R$ 132.400,00 com a divulgação da atividade parlamentar, conforme consta no Portal da Transparência do Senado Federal.

Para isso, o senador utilizou recursos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, também conhecido como ‘Cotão’. O valor empregado para “melhorar a imagem” do político representa quase a metade de todo o recurso utilizado do cotão, que até o momento, foi de R$ 268.950,52.

Segundo dados da divulgação de atividade parlamentar declarados pelo senador, por mês, os valores variam entre R$ 14,4 mil a R$ 26 mil. Em quatro meses diferentes, a despesa teve a mesma quantia, R$ 14 mil, ocorrendo em maio, julho, agosto e setembro. Os gastos referentes ao mês de outubro ainda não constam no Portal da Transparência.

Serviços

Conforme notas fiscais que constam nas declarações de despesas do senador, Chico Rodrigues pagou R$ 14 mil em quase todos os meses para Bruno Faria Borges pelos serviços de divulgação de ações parlamentares e assessoria de comunicação.

Além disso, em outra nota fiscal, o senador gastou mais R$ 12 mil também para os serviços de divulgação de ações parlamentares, assessoria de imprensa em rádio e TV e serviços fotográficos de registro. A empresa contratada foi a L P Serviços em Comunicação.

Operação

Deflagrada pela PF e pela CGU (Controladoria Geral da União) a operação ‘Desvid-19’, tinha o objetivo de coletar informações sobre os desvios de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares.

Durante a operação, Chico Rodrigues foi flagrado pelos agentes federais com cerca de R$ 33 mil nas partes íntimas. O caso ganhou repercussão nacional, o que acabou desgastando a imagem do político. Agora, ele tenta a todo custo amenizar e abafar o caso.

Arquivamento

Além de dedicar boa parte dos recursos do Cotão para melhorar a imagem, o senador, em uma tentativa de “abafar o caso”, pediu no final de outubro ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do processo por falta de justa causa penal.

Na ação, a defesa do parlamentar alega que o trabalho investigativo está longe de indiciar a participação do senador em fraudes licitatórias ou beneficiando alguém.

“Todas as mensagens em que o parlamentar figura como interlocutor denotam um nítido interesse público, sempre na tentativa de suprir, na medida do possível, as carências da população roraimense diante da manifesta ineficiência do Governo estadual para aquele desiderato”, argumenta a defesa.

Informações: Portal O Poder