Em nova ação popular, advogado aponta superfaturamento em compras sem licitação do Governo

Após o governador Antonio Denarium (PP) descumprir uma decisão da Justiça de Roraima que determinou o fim do estado de calamidade pública, o advogado Jorge Mário Oliveira entrou com uma nova Ação Popular informando à Justiça sobre a violação da decisão e apontou superfaturamento em pelo menos duas compras, com dispensa de licitação, de para o programa Cesta da Família. Somados, os dois contratos chegam a R$ 70 milhões.  Conforme o documento, a Ação Popular foi protocolada nesta quinta-feira, 28, na 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Boa Vista.

“Ocorre excelência, que o requerido, mesmo sabendo certamente por meio de veículos de comunicação sobre a decisão e para não perder tempo antes de ser intimado da liminar, fez ratificação de processo administrativo, baseando-se ainda no decreto de estado de calamidade pública e contratou serviços no dia 6 de abril de 2022, um dia após a decisão de suspensão do Decreto de Calamidade Pública de Roraima”, destaca o advogado em trecho da ação.

O advogado também chama a atenção para o fato de mesmo diante do próprio Governo do Estado e a Prefeitura de Boa Vista terem publicado decretos que desobrigam o uso de máscaras de proteção facial, que demonstram o fim de Calamidade Pública, o governador ainda utiliza a Pandemia da Covid-19 para fazer compras excessivas, imorais, dispensando licitação com atos de assistencialismo.

“A sociedade não pode e não concorda com atos irregulares e irresponsáveis onerando os cofres públicos, utilizando a calamidade pública de Roraima como desculpas. Tais atos deveriam ser necessários a época da extrema pandemia, onde comerciantes e empresários fecharam as portas para conter o avanço da doença, e hoje até o Governo Federal já acabou com a portaria Emergencial de saúde Pública”, sustenta, em outro trecho.

Superfaturamento – O advogado aponta, ainda, um possível superfaturamento nas duas licitações. Segundo ele, a entrega de cartões por empresas é gratuito quando contratado por bancos e empresas para prestação de serviço, mas o governo de Roraima pagou pela confecção de cartões.

Sob o argumento de contrato emergencial, a primeira compra teria ocorrido em abril, no valor de R$ 10 milhões para a aquisição de cartões magnéticos. No mesmo mês, Denarium voltou a comprar mais cartões, desta vez, por um valor bem superior: R$ 60 milhões. Em ambos os contratos a empresa escolhida foi a Alelo S. A.

 A confecção de um cartão magnético é gratuito quando contratado por banco e empresas para prestação de serviços, mas o requerido pagará R$ 10 milhões para compra de R$ 50 mil cartões, ou seja, cada unidade sairá por R$ 200, preço muito superior ao que é exigido no mercado brasileiro, demonstrando no mínimo um superfaturamento com essa empresa do estado de São Paulo, enfatiza.

Informações: Portal O Poder