O secretário Nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, inaugurou nesta quinta-feira (6) parte da obra de reforma na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, o maior presídio de Roraima. O espaço entregue possui sete alas e 154 celas, com uma sala de ponto de controle para agentes a cada duas alas.
Para reforma do bloco B, antes de chamado de “fechado”, foi usado cerca de R$ 3,9 milhões, equivalente a 40% dos R$ 9,8 milhões destinados a reforma de todo o presídio.
“Houve uma revisão em todo o projeto [de Monte Cristo] e hoje está de acordo com o que há de mais moderno nos presídios federais. Roraima está dando início a este novo padrão que será implantado no país”, afirmou o secretário Nacional, ao anunciar o envio de R$ 10 milhões destinados à Segurança Pública do estado.
A partir de segunda-feira (10), os mais de 1,5 mil presos que atualmente estão no “Cadeião” serão transferidos para o bloco reformado e as obras devem começar no bolo A.
“Esse novo pode abrigar aproximadamente 700 detentos, inicialmente terá um número maior de detentos, porque será reformado o bloco A. Depois os presos serão divididos entre os dois blocos. Na Pamc há, hoje, 1542 detentos”, disse o governador Antonio Denarium (PSL) exclusivamente para o G1.
A reforma no presídio ocorre desde novembro, quando houve a intervenção federal na gestão da unidade. Para realizar os trabalhos, todos os internos foram colocados em um lado da unidade, o “Cadeião”, enquanto a obra ocorria no “fechado”. Agora, será o contrário.
O governador se comprometeu também a reformar outras unidades prisionais, incluindo a cadeia Femina, dar continuidade as obras do presídio de Rorainópolis, paradas há sete anos, e construir um presídio externo, ao lado da Pamc.
“Até 2020 todo o serviço de penitenciárias de Roraima estará completamente reformado, ampliado e totalmente novo, dando uma segurança carcerária para população e também para uma melhor qualidade de vida dos presos”, garantiu Denarium.
O general Guilherme Theophilo disse ainda que há um déficit nas vagas de presídios em todo o país, mas que as reformas feitas nas unidades de Roraima podem fazer com que o estado se torne o primeiro estado a ter o número de vagas suficientes.
No “Cadeião” serão reformadas 52 celas e construída uma nova ala de segurança máxima com mais 12 celas.
Estiveram presentes na inauguração, além do secretário e o governador, o titular da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), pasta responsável pelo sistema prisional, André Fernandes, representantes da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e outras autoridades.
Bloco B
O bloco B possui um ponto de controle, onde vão ficar os agentes de segurança a cada duas alas. Há, ainda, um espaço para banho de sol dos detentos e para visitas. As portas foram reformadas com três trancas para cada cela. Antes, os detentos viviam soltos e ficavam com as chaves dos cadeados comuns. Além disso, as paredes e o piso foram reforçados com malha de ferro e concreto e não há tomadas ou pontos de energia.
As obras de reforma no presídio são feitas por 150 trabalhadores. A segurança na execução do trabalho é feita por agentes federais da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária. O grupo fica no estado até outubro.
Com o bloco B terminado, a Sejuc e a FTIP montam um planejamento para realocar os presos separados por regime (aberto e fechado), os que trabalham e os LGBT.
Antes da transferência, os presos irão passar pela coleta de DNA para que sejam inseridos no banco nacional de perfis genéticos.
Monte Cristo é a maior unidade prisional de Roraima e já foi palco de dois massacres com 43 presos mortos entre 2015 e 2016, e registrava constantes fugas e tumultos.
Informações: G1 Roraima