
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) acumula uma dívida de R$ 1,1 milhão com a empresa fornecedora de reagentes ao Hemocentro de Roraima, que há meses enfrenta a falta desse insumo usado para testar e garantir a qualidade do sangue coletado.
O Roraima em Tempo teve acesso a um ofício, emitido no dia 18 de dezembro, que mostra débitos em aberto desde agosto de 2023 até setembro de 2024. O documento, encaminhado à Sesau, Hemocentro e à Casa Civil, é uma proposta de parcelamento. Nele, a empresa solicita a definição de um cronograma de pagamento para regularização da dívida.

No ofício, a empresa destaca que, caso a Sesau não concorde ou não se manifeste formalmente, suspenderá o envio dos reagentes até que a situação financeira seja normalizada.
A reportagem também teve acesso à resposta enviada pela Secretaria de Saúde à fornecedora na última sexta-feira, 27. A Pasta disse que, em 2024, honrou com o pagamento da maior parte das notas fiscais. Já em relação às notas emitidas em 2023, disse que os pagamentos ocorrerão por meio de Reconhecimento de Dívidas, o que requer remanejamento de recursos. No entanto, a Sesau informou que, no momento, tal medida não está sendo possível. E que não tem “condições de apresentar uma programação financeira para os referidos pagamentos”.
O Governo do Estado foi procurado para se manifestar sobre o assunto, mas não retornou até a última atualização deste material.
Denúncias
Desde outubro o Roraima em Tempo repercute denúncias relacionadas à falta de reagentes no Hemoraima. No último relato, recebido no dia 17 de dezembro, o denunciante disse que o problema já dura há três meses, prejudicando aqueles que precisam de doação de sangue e plaquetas. Isso porque a falta do produto não permite a liberação das bolsas de sangue, plaquetas e outros hemoderivados para os hospitais da capital.
Ainda de acordo com a denúncia, a falta do insumo decorre da dívida da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) com a empresa fornecedora.
À época, a Pasta afirmou que houve atraso na entrega dos reagentes utilizados no setor de Sorologia do Hemoraima. Conforme a Secretaria, isso impactou temporariamente a testagem das bolsas de sangue.
O Ministério Público do Estado chegou a abrir uma investigação para apurar as denúncias a cerca da falta do material.
Fonte: Da Redação