Alunos de escola estadual em comunidade indígena de Boa Vista estudam em estruturas improvisadas e lideranças cobram ampliação

Alunos de escola estadual em comunidade indígena de Boa Vista estudam em estruturas improvisadas e lideranças cobram ampliação
Fotos: TV Imperial

Dezenas de pessoas da comunidade indígena Darôra zona Rural de Boa Vista, se reuniram para pedir ajuda a uma importante causa: educação. É que a Escola Estadual Indígena Paulo Augusto Silva está há pelo menos 40 anos sem ampliação. Devido ao aumento da demanda por vagas na unidade de ensino nos últimos anos, muitos agora estudam em estruturas improvisadas pela própria população.

A equipe de jornalismo da TV Imperial foi até o local para acompanhar a situação de perto. Dessa forma, encontrou problemas que vão muito além da falta de salas de aula para atender todos os estudantes. Banheiros, refeitório, depósito de instrumentos de fanfarra, assim como a sala dos professores funcionam de forma precária.

Por causa da estrutura inadequada, pais e membros da comunidade cobram suporte do Governo do Estado, conforme explica o tuxuaua Jeckcinei da Silva. “São 105 alunos e a gente está tendo essa dificuldade. Os alunos estudam no barracão da comunidade. Foram improvisados vários barracões para os alunos não perderem as aulas. Mas mesmo assim, a gente precisa de um atendimento do nosso governador. Um atendimento de qualidade para os nossos alunos”, disse a liderança.

Foto: TV Imperial

Quem sente na pele o abandono da Escola Estadual Indígena Paulo Augusto Silva são principalmente os alunos. Assim, eles relatam as dificuldades que enfrentam todos os dias para conseguir concluir os estudos. “A estrutura não está boa. Eu falo por experiência. Só nós sabemos o que passamos aqui”, falou a estudante do 1º ano do Ensino Médio, Lindamara Pereira.

De acordo com a aluna do 9º ano do Ensino Fundamental, Yohanna Carlos Paulino, em dias de muito sol ou chuva, a dificuldade dobra. “Quando é dia de sol, a gente pega a partir das sete e meia, que a gente entra, até às nove horas. Quando é dia de chuva, a gente se molha”, contou.

Falta de acessibilidade

O problema fica ainda maior quando o aluno precisa de um atendimento especial, como é o caso da Rayclicia Aniceto, aluna do 2º ano do Ensino Médio. Ela tem deficiência visual e reclama da falta de acessibilidade na escola.

“É difícil para mim como deficiente visual e em tudo, em não ter acessibilidade. Não consigo fazer as coisas sozinha por causa da estrutura da escola. Ir ao banheiro ou até merendar. Eu merendo na sala, porque é pequeno o espaço e eu tenho medo de alguém esbarrar em mim”, relatou a adolescente.

Jacilda Macuxi, de 53 anos, é estudante do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e mãe de dois alunos. Durante entrevista com a TV Imperial, ela destacou que desde que chegou à comunidade Darôra, a unidade de ensino nunca teve melhorias. Conforme a mulher, além das estruturas improvisadas, os alunos também assistem às aulas debaixo de uma árvore. Então, com a proximidade do inverno, a preocupação em relação à estrutura, cresce.

“O Governo só prometeu para a gente que ia fazer uma escola boa, mas nunca fez. A gente estuda debaixo da mangueira, debaixo daqueles malocões. E agora está chegando o inverno e a gente passa a maior dificuldade”, pontuou.

O que diz o Governo

A TV Imperial entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para pronunciamento e aguarda retorno.

Fonte: Da Redação