Governo Federal libera R$ 1,2 trilhão a bancos e só R$600 à população

O Governo Federal começou a pagar nesta segunda-feira (13) o auxílio emergencial de R$ 600, com o objetivo de garantir renda a uma parte dos trabalhadores durante a pandemia de coronavírus. Ao todo, devem ser investidos R$ 32,94 bilhões para a população. Porém, essa cifra não chega nem perto dos quase R$ 1,2 trilhão que o Governo destinou aos bancos para “aquecer” a economia.

Já no final de março deste ano, o Banco Central lançou um conjunto de medidas que visava aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em R$ 1,2 trilhão. O objetivo foi garantir que as instituições financeiras tenham recursos para atender às demandas do mercado. Além disso, as medidas de liberação de capital geram um potencial de expansão de R$ 1,16 trilhão no volume de crédito da economia.

De acordo com a instituição financeira, isso dá segurança ao sistema para que as instituições financeiras mantenham e ampliem seus planos de concessões de crédito. O BC tambén reduziu a obrigatoriedade dos bancos de manter provisionados R$68 bilhões nos chamados depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. A alíquota caiu de 25% para 17%.

Já o auxílio emergencial pago pelo Governo com o objetivo de garantir renda a uma parte dos trabalhadores durante a crise, pode custar mais ao governo que a estimativa inicial de R$ 98,14 bilhões. Apenas no primeiro dia de cadastramento de microempreendedores individuais (MEIs), informais e autônomos, o número de inscritos foi de 18,3 milhões.

Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Vilma Pinto calculou que, caso todos esses cadastros sejam validados e efetivamente recebam o benefício em três vezes, o gasto chegaria a R$ 32,94 bilhões, quase 8 R$ bilhões acima da projeção do governo federal de R$ 25 bilhões para esse grupo.

Informações: Governo Federal/ Valor Investe – foto: Agência Brasil