Multinacional vai produzir etanol a partir do milho em Roraima

No primeiro momento, a nova fábrica trabalhará com o milho produzido no Estado e em outros Estados produtores da região Norte (Foto: Divulgação)
No primeiro momento, a nova fábrica trabalhará com o milho produzido no Estado e em outros Estados produtores da região Norte (Foto: Divulgação)

A produção de etanol a partir do milho se tornará realidade em Roraima. Isso porque a multinacional Millenium Bioenergia iniciou o processo de instalação de uma empresa que prevê a produção de 600 mil litros de biocombustível por dia.

A área onde será construída a empresa é localizada na região do Tucano, município de Bonfim, e possui 270 mil m2 de obra. Nesse local, estima-se que o investimento seja de R$ 1 bilhão e que 1500 trabalhadores sejam utilizados na construção da fábrica.

O fato de Bonfim ser uma área de livre comércio e um município produtor facilitará a situação da empresa que deve receber benefícios em impostos, além do fato do município estar localizado na fronteira com a Guiana – o que facilitará o escoamento da produção após a construção da estrada que liga o Brasil a Georgetown.

“Como o milho é nossa principal matéria prima, funcionou perfeitamente instalar nosso empreendimento em Bonfim. E as autoridades abraçaram esse projeto que estamos desenvolvendo ali no município”, destacou o diretor comercial da multinacional, Acácio Rozendo.

A primeira fase da obra deve durar 14 meses e a indústria será implantada em uma fazenda as margens da RR-401.

No primeiro momento, a nova fábrica trabalhará com o milho produzido no Estado e, caso haja insuficiência na quantidade obtida dentro de Roraima, outros Estados produtores da região Norte serão procurados. “Sempre daremos preferência ao entorno onde a empresa está instalada”, acrescenta o diretor comercial. Está previsto para a primeira etapa o consumo industrial de 480 mil toneladas de milho em um ano. Na segunda etapa, com a conclusão da segunda fase, esse quantitativo deve chegar a um milhão de toneladas de milho por ano.

A indústria vai produzir cinco produtos à base de milho: Etanol; Farelo de milho (DDGS – Dried Distillers Grains With Solubles); Gás dióxido de carbono (CO) alimentício engarrafado, bio-óleo comestível; oito a 15 megawatts de energia excedente.

ETANOL MAIS BARATO – Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que pode possibilitar a venda direta do combustível das produtoras aos postos, o que pode baratear o custo do etanol.

“Um dos nossos sonhos é botar um equilíbrio entre a gasolina e o etanol aqui na região, assim como é na região Sudeste, onde você abastece com um combustível limpo e que vem ajudar a preservar o meio ambiente”, opina Rozendo.

O diretor comercial pontuou que um dos diferenciais desse projeto é que a fábrica será uma empresa 4.0, o que significa que haverá produção própria de energia de biomassa e gás natural, zero poluentes, com atividades totalmente rastreáveis, desde a saída da lavoura.

O empreendimento se encontra em fase de elaboração de projetos in loco, para apreciação e aprovação dos órgãos ambientais. “Com a realização desse projeto, o Estado terá uma indústria limpa, com zero resíduo, e possibilitará uma nova realidade de geração de renda e empregos para Bonfim. É uma realidade totalmente diferente”, finaliza Rozendo.

APROVAÇÃO – O projeto tem sido bastante apoiado por autoridades do Estado e do município. O prefeito Joner Chagas (Republicanos) acredita que, com a multinacional, Bonfim será impulsionada ao desenvolvimento, geração de emprego e renda, muito por conta do grande potencial da região e da ALC (Área de Livre Comércio) existente naquela localidade.

“Nosso município é suframado. Isso atrai investidores e eles atraem tributos. Esses tributos voltam em serviços, que serão aplicados nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, melhorando a qualidade de vida do bonfinense”, ressalta o prefeito.

Informações: Folha de Boa Vista