Retirada de leitos no HGR faz Teresa adiar nova etapa de reabertura

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, anunciou nesta quinta-feira, 30, o adiamento da segunda etapa do comércio de Boa Vista, prevista para ocorrer no próximo dia 5 de agosto.

De acordo com a prefeita, a decisão refere-se à falta de leitos de UTI no HGR. “Se tivéssemos dois leitos a mais de UTI, estaríamos dentro dos índices seguros. Só que o HGR retirou leitos que estavam destinados para covid, entraram em manutenção e não voltaram mais para o boletim”, disse.

Ainda de acordo com Teresa, se voltar a quantidade de leitos de UTI no HGR, dentro do número que foi retirado, o município poderá dar o próximo passo. “Os atendimentos nas UBS’s continuam acontecendo. Temos a retaguarda na APC, mas a nossa questão é leitos de UTI. Faço um apelo ao pessoal do HGR que coloque de volta os leitos retirados”, pediu.

Ainda de acordo com a equipe da prefeita, 56 óbitos que entraram nos boletins do dia 20 a 29 de julho são de casos registrados antes do dia 19, data que antecedeu a reabertura do comércio. Isso quer dizer que esse aumento na taxa de mortes não há relação com a reabertura do comércio. “É necessário aguardar 15 dias para avaliar o impacto da reabertura”, disse Teresa.

Boa Vista vem apresentando queda nos números de óbitos. Hoje, temos um número bem menor. Quando a gente tem aumento na taxa de óbitos, significa que está mostrando o resultado das investigações. Os óbitos que vocês foram informados essa semana, eles aconteceram antes do dia 19, antecedendo a data da reabertura do comércio. Nesta semana, por exemplo, temos 13 óbitos, mas que não estão relacionadas com a reabertura do comércio, porque as pessoas foram internadas antes da flexibilização”, explicou Roberta Calandrine.

Entenda:

O Estado já recebeu do Governo Federal mais de R$ 200 milhões, centenas de respiradores, mas mantém, apenas, uma média de 30 leitos disponíveis para covid-19 no HGR. Isso aumenta consideravelmente a taxa de ocupação e prejudica o seguimento da reabertura do comércio.

Esse é um posicionamento contraditório do Governo, visto o anúncio do retorno das cirurgias eletivas no HGR, feito pelo próprio palácio. Se há possibilidade de retorno de cirurgias eletivas, que necessitam de UTI, é porque há leitos vagos ou guardados.

Outra questão é a quantidade de leitos clínicos e de UTI que o Governo mantém, no mês de julho inteiro, em manutenção. O jornalista Bruno Perez denunciou na rádio, nesta quinta-feira, que hoje a Sesau mantém 50 leitos em manutenção eterna, que nunca acaba, o que pode ser considerado crime de responsabilidade por estarmos em meio a uma pandemia.