A CPI da Covid indiciou o empresário e ex-secretário da Saúde de Roraima Airton Cascavel por usurpação de função pública.
A comissão aprovou o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) ontem (26). Cascavel é suspeito de assessorar o Ministério da Saúde sem ter nomeação. À CPI ele disse que atuava como um “facilitador da burocracia pública”.
Mas, para os senadores, ele fez parte de um “ministério paralelo”, que dizia quais ações o Governo Federal deveria adotar em meio à pandemia da Covid-19. A pena para o crime é três meses a dois anos de prisão e multa.
“Demais disso, pelo que foi narrado a esta CPI, Airton praticou atos inerentes à função, recebendo pessoas na antessala do Ministro da Saúde e as encaminhando para despachar com o Ministro“, diz o relatório.
Cascavel sem cargo
O empresário assessorou o ministro Eduardo Pazuello, de quem se tornou amigo. Eles se conheceram na Operação Acolhida, em Roraima, quando Pazuello atuou como general da força-tarefa, entre os anos de 2018 e 2019.
Durante o depoimento de Cascavel, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que se sentiu “enganada” por ele, quando o encontrou no Ministério da Saúde, pois pensava que tinha cargo formal.
Além disso, a atuação irregular de Cascavel também ficou comprovada em viagens para outros estados, e encontros com autoridades públicas.
Publicações em redes sociais, bem como reportagens da Folha de São Paulo foram juntadas a uma denúncia enviada ao Ministério Público Federal (MPF).
“Nunca houve terceirização de responsabilidades. Trabalhei na interlocução com os secretários. Foi [atuação] de diálogo permanente. Era um facilitador da burocracia pública”, disse Cascavel no dia 5 de agosto.
Informações: Roraima em Tempo