“Pacaraima é a entrada de Roraima, a situação precisa mudar”

A candidata ao Governo de Roraima, Teresa Surita (MDB), esteve nesse final de semana na cidade de Pacaraima, ao norte, fronteira com a Venezuela. Durante visitas e reuniões de rua com centenas de moradores, a queixa predominante é a mesma: o abandono do Governo de Roraima. Participaram das agendas o candidato ao Senado, Romero Jucá, e candidatos a outros cargos no legislativo.

O programa do MDB, Vozes do Interior, visitou 1.405 residências na cidade e entrevistou 185 famílias para apresentar um diagnóstico das principais necessidades dos moradores em relação aos serviços do Governo do Estado. Dentre os assuntos abordados, os entrevistados afirmaram que o Governo precisa investir na qualidade do ensino, pediram mais escolas, transporte escolar, merenda de qualidade e a construção de novas unidades de ensino.

Mais de 60% dos entrevistados disseram que a cidade não é segura. Os moradores pedem mais policiamento nas ruas, capacitação, equipamentos, delegacias e postos policiais. Na área da saúde foi onde os moradores apontaram os maiores problemas. Quase 75% da população denunciou que as condições do hospital do Estado eram péssimas. Outros 55% afirmaram que não tem médicos na unidade; mais da metade se queixou que precisou comprar insumos ou remédios durante a internação.

“Aqui em Pacaraima é a entrada do estado, então precisamos garantir uma boa infraestrutura para a cidade gerar emprego e renda. Com a cidade fronteiriça fortalecida o estado terá cada vez mais condições de crescer. A situação de Pacaraima é a mesma do Jundiá, na divisa com o estado do Amazonas. Hoje não há nenhum tipo de investimento do Governo nesses locais e isso prejudica tanto os moradores, como empresários e comerciantes. A partir do ano que vem, isso vai mudar”, garantiu Teresa.

Casa do Produtor Rural em Pacaraima está caindo aos pedaços

Durante reunião de rua com a participação de aproximadamente 500 moradores, Teresa apresentou o levantamento de todos os prédios públicos e serviços de responsabilidade do Governo do Estado. Na ocasião, os moradores apontaram o abandono da Casa do Produtor Rural, que está sem manutenção há muitos anos e funciona em uma residência improvisada.

A estrutura precária, segundo o produtor Júlio Batista, prejudica a comercialização dos produtos e desestimula e dificulta o avanço do agronegócio em Pacaraima por conta da falta de incentivo. “A gente não tem apoio nenhum aqui em Pacaraima. As vicinais estão em péssimas condições, as pontes estão caindo aos pedaços e os moradores precisam improvisar desvios. Isso dificulta muito o nosso dia-a-dia. É a mesma situação da feira de Sorocaima, de responsabilidade do Governo, e que totalmente abandonada.

Hospital e Terminal rodoviário estão sem condições de atender as pessoas

O único hospital do Governo em Pacaraima, Délio Tupinambá, localizado a 220 km da capital Boa Vista, também está em péssimas condições. Não há higiene, os equipamentos hospitalares estão empilhados em salas sem cobertura, há caixões espalhados ao redor da unidade, milhares de pastas com documentos e prontuários estão guardadas em uma sala com goteiras e alagada. Há ainda uma obra inacabada que também acumula entulhos de construção e matagal.

O terminal rodoviário, onde passam diariamente milhares de pessoas, também é outro exemplo de total abandono. Os banheiros estão insalubres, os quiosques que vendem alimentos precisam urgentemente de manutenção, as portas de ferros apresentam buracos causados por ferrugem, as luminárias estão penduradas em fios expostos, não há calçamento e apresenta um verdadeiro cenário de guerra.  

Os desafios da BR-174 de Boa Vista a Pacaraima em uma viagem de mais de 3h

Os 200 km de estrada que separam Boa Vista a cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, são desafiadores. A viagem, que há pouco tempo era feita em duas horas, hoje demora mais de 3h, isso se não estiver chovendo, por conta das péssimas condições, devido a falta de investimentos e manutenção.

Os primeiros 100 km, saindo de Boa Vista, a buraqueira ocupa a maior parte do asfalto. Motoristas de caminhões, taxistas e turistas precisam se arriscar, andando pela contramão para desviar das crateras. Até as ambulâncias fazem manobras arriscadas para não cair nos buracos.

Chegando a Pacaraima, os últimos 20km são os mais perigosos. É onde há deslizamentos de encostas, obras inacabadas, enormes crateras onde o asfalto está caindo. Nesses trechos, há pouquíssima sinalização. Não há, praticamente, asfalto nesses últimos quilômetros de viagem, onde os veículos não conseguem passar de 20 km por hora e o perigo é constante.

“Vocês podem imaginar os desafios que os moradores, trabalhadores, caminhoneiros, estudantes, turistas e até ambulâncias que dependem da BR 174, vivem diariamente, por conta da situação dessa via. Eu digo a cada um de vocês, no meu governo, se Deus quiser, nós vamos cuidar das estradas, garantindo às pessoas condições de circularem em condições decentes e com mais segurança. O nosso estado de Roraima merece mais. Vamos juntos fazer as mudanças necessárias”, finalizou Teresa Surita.