
O Jornalismo do Roraima em Tempo recebeu uma série de denúncias de pais e alunos, inconformados com a situação atual da Escola Estadual Euclides da Cunha, antigo GEC, umas das mais tradicionais e antigas unidades de ensino do Estado, com 74 anos de existência.
Conforme os denunciantes há questões que precisam ser sanadas urgentemente como a superlotação de 40 alunos numa sala de aula feita para 27. Falta de livros didáticos, centrais de ar com problemas, falta de cadeiras para comportar a quantidade de alunos. Além da desocupação de salas onde são exclusivas para informática, instrumentos e jogos, afim de colocarem mais alunos.
Uma mãe que preferiu não se identificar afirmou que houve uma decisão de implementar novas salas de aulas sem infraestrutura adequada para comportar mais alunos. Na visão dela, uma decisão irresponsável.
“Venho denunciar a situação alarmante na Escola Euclides da Cunha. A secretária adjunta tomou a decisão de implementar novas salas de aula, mesmo sem a mínima infraestrutura necessária. As salas não possuem cadeiras suficientes para os alunos e, ainda assim, foi afirmado que a implementação era viável. Além disso, os sistemas de climatização não funcionam corretamente, tornando o ambiente inadequado para o aprendizado. Outro problema grave é a falta de livros didáticos. Alguns alunos já foram informados de que não há material suficiente para todos, e no ano passado, muitos ficaram sem livros para estudar em casa”.
Além disso, a mulher disse que os docentes da Escola questionaram as decisões, mas não tiveram retorno. “Os próprios professores se posicionaram contra essa decisão, mas, pelo visto, não foram ouvidos. Essa decisão irresponsável compromete diretamente a qualidade da educação e desrespeita os direitos dos estudantes. Exijo providências imediatas das autoridades competentes”, enfatizou.
Superlotação
Na semana passada iniciou o ano letivo da rede estadual. Estudando há quatro anos no GEC, a aluna ficou surpresa ao chegar na escola e se deparar com a lista de 40 alunos estudando na mesma sala.
“Quando a gente chegou na sala de aula, simplesmente, tinham 40 alunos na lista. Até o professor ficou surpreso e chateado porque é complicado dar aulas essa quantidade de estudantes, é meio impossível. Porque já é difícil com 27 que é a quantidade mínima, os alunos tiram a atenção, que dirá com 40?”, indagou a aluna que prefere não se identificar.
A estudante ainda complementa. “Têm muitos alunos que estão sem sala porque não tem cadeira. Na sala que eu estava, inclusive, trocaram a gente, porque estava muito quente. Tem central de ar, mas não funciona e tínhamos que ficar com as janelas abertas. Na escola tem as salas de xadrez, fanfarra e informática e eles vão desocupar essas salas que são para esses fundamentos para colocar mais alunos lá dentro”, contou.
Frustração dos alunos
Frustrada e preocupada com as problemáticas da Escola, a estudante relata desabafo e pede que a gestão escolar tenha olhar atento e zelo pela escola que já é considerada patrimônio histórico de Roraima e já obteve título de melhor escola estadual de Roraima.
“Eu queria que fosse uma coisa mais leve, sabe? Não queria que a gente estivesse passando por esse transtorno, porque é meu último ano na escola. Estarei estudando com meus amigos que cresceram comigo, e eu queria que a escola trouxesse conforto, mais acolhimento. Que eles olhassem para a escola com mais carinho, porque o GEC tem 74 anos e é uma escola que é patrimônio público. Nós, alunos, temos apreço pela escola porque crescemos nela, e ver as condições que ela está é muito frustrante, chato e a gente não queria estar passando por isso”, disse a aluna.
Apelo dos pais
Uma outra mãe também insatisfeita com as condições e decisões impostas pela gestão escolar se manifestou. Ela apela para o Governo e a Secretaria de Educação tomem providencia. “Para mim, sinceramente, é uma falta de respeito com os alunos, pais, cidadãos que pagam seus impostos, ver seus filhos numa situação dessas, numa sala de aula completamente impedido de desenvolver seu aprendizado. Então o meu pedido e meu clamor a Secretária de Educação, Secretária Adjunta, inclusive, para o senhor governador, que eles possam ter um olhar melhor para a educação porque os alunos são o futuro do país, pois a educação transforma pessoas”, reforçou.
O Jornal Roraima em Tempo procurou a Secretaria de Educação e Desporto (Seed) para falar sobre caso, mas até a publicação dessa matéria, não obteve retorno.
Fonte: Da Redação