
O governador Antonio Denarium (Progressistas) deve exonerar o coronel Miramilton Goiano do cargo de comandante da Polícia Militar de Roraima (PMRR) ainda nesta semana. De acordo com uma fonte do Roraima em Tempo, coronel Overlan Lopes, que está à frente do Comando de Policiamento no Interior (CPI) é quem deve substituí-lo.
A reportagem entrou em contato com o Palácio Hélio Campos para confirmar a informação, mas o Governo não respondeu.
Miramilton assumiu o comando da PMRR em fevereiro de 2023. Desde então, foi alvo de várias polêmicas e escândalos, até mesmo na mídia nacional.
Além disso, ele também é investigado por venda ilegal de armas. A Polícia Federal (pf) investiga o caso e, em outubro do ano passado, deflagrou uma operação onde cumpriu mandados de busca na casa do coronel.
Em nota, Miramilton Goiano, negou qualquer participação em atos delituosos. O coronel destacou que, na condição de policial militar, possui armas legalizadas e, portanto, registradas na Polícia Federal.
O comandante também informou que é instrutor de tiro e Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Por fim, disse que nunca foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o fato e que sempre “pautou sua atuação profissional pelo mais estrito cumprimento da lei”.
Por outro lado, o Governo do Estado informou que abriria um procedimento administrativo disciplinar contra todos os envolvidos nas investigações. No entanto, a reportagem questionou se o governador afastaria o comandante da função para abrir o procedimento. O Governo não respondeu.
Caso Surrão
Miramilton também é citado no processo do caso Surrão, em que um casal foi morto a tiros em uma disputa por terras no Cantá.
O então segurança do governador, o capitão Helton Jhon, disse em depoimento que, estava no local do crime e que após o ocorrido, entrou em contato com o comandante-geral da PMRR, o coronel Miramilton Goiano. Conforme Helton John, o comandante orientou ele a se desfazer do celular que usava durante o crime.
Helton relatou ainda que, após o expediente, ligou para o comandante e contou o que tinha ocorrido. Além disso, o policial contou que o celular dele havia tocado enquanto estava na residência do casal. Miramilton então teria perguntado se ele tinha a tecnologia VPN no aparelho, que torna a localização invisível, e Helton respondeu que não.
“[…] Aí ele falou: pois então, troca esse celular. E eu falei: sim senhor”, detalhou o policial no depoimento.
Questionado pela Polícia Civil sobre o que ele fez com o celular, Helton explicou que pediu para o filho vendê-lo.
Críticas e processo
Devido aos escândalos, o ex-comandante da PMRR, coronel Edison Prola, fez críticas ao comandante e ao governador Antonio Denarium.
Por conta disso, o atual comandante determinou abertura de processo na Justiça Militar contra Prola por supostos crimes de calúnia, injúria e difamação.
No entanto, o Ministério Público de Roraima (MPRR) entendeu que as publicações de coronel Prola nas redes sociais representam o exercício legítimo do direito à liberdade de expressão, e limitam-se a comentar notícias já divulgadas, sem imputar acusações diretas ou fatos desonrosos ao governador e ao atual comandante da PMRR. Desse modo, opinou pelo arquivamento do processo.
Fonte: Da Redação