Empresários precisam cobrar Denarium para que evite promover aglomerações ou tudo vai fechar de novo!

Ações irresponsáveis do governador Antonio Denarium e aliados podem levar a aumento no número de casos da doença

Enquanto países da Europa já permitem a livre circulação até sem o uso de máscara para aqueles que tomaram as duas doses da vacina contra o coronavírus, em Roraima a situação continua em alerta. A vacinação, como em todo o Brasil, ainda não chegou a um ritmo ideal. Algumas prefeituras tiveram que suspender a campanha pela falta de doses por determinado período. Cada novo dia é um desafio para a população e mais ainda para os gestores municipais, responsáveis por aplicar as doses. É como se a pandemia fosse sem fim em Roraima.

PARA PIORAR

O que faz as prefeituras adotarem medidas como toque de recolher ou redução no horário de funcionamento do comércio são os números da pandemia. Esses números se referem aos casos confirmados a cada 24 horas e, especialmente, o índice de ocupação dos leitos hospitalares. Roraima saiu de uma condição de superlotação das UTIs para aproximadamente 40%. Poderia ser um alívio, caso a desorganização do Governo do Estado não afetasse o abastecimento das unidades hospitalares e nem a oferta de profissionais de saúde. Mesmo com as UTI menos lotadas, as mortes seguem em alta.

FANTÁSTICO

Nesse domingo (16), o “Fantástico” mostrou a evolução da Covid entre os estados brasileiros nos últimos sete dias. O único estado que aparece com alta na média móvel de mortes confirmadas é Roraima: 25%. E isso porque o Estado segue na lentidão para confirmar as mortes. No último boletim, os óbitos em investigação somavam 66. Na sexta-feira (14) foram confirmadas mortes de março, abril e do mês corrente. Ou seja, os números podem ser ainda maiores.

IRRESPONSABILIDADE

Desde o dia 10 de maio, Roraima teve mais de 200 casos confirmados de Covid em 24 horas. É um número absurdo, que reflete a irresponsabilidade dos eventos organizados pelo governador Antonio Denarium (sem partido) e aliados como o senador Mecias de Jesus e o filho dele, deputado federal Jhonatan de Jesus, ambos do Republicanos, que promoveram aglomerações no Sul do Estado com a desculpa de sortear brindes para as mães. Pelo nível de irresponsabilidade, deveriam rasgar o diploma de médico que Jhonatan diz ter. Como, supostamente ele estudou medicina e fez o juramento de salvar a vida das pessoas, não deveria compactuar com a irresponsabilidade do pai ao fazer esses eventos que se tornaram, com toda certeza, foco de transmissão do vírus.

VÍTIMAS

Depois de Mecias e Jhonatan, foi a vez de Denarium seguir o mau exemplo. Usando a desculpa da entrega de donativos para famílias afetadas pela pandemia, ele tem percorrido os municípios e bairros da capital para promover aglomerações injustificadas. A última, no Cantá, deixou bem evidente o nível de irresponsabilidade do governador e de aliados, como o senador Telmário Mota (Pros). Ao invés de donativos que fazem parte da estratégia de campanha eleitoral, Denarium deveria distribuir caixão, pois, infelizmente, esse será o destino de algumas pessoas que participaram desses eventos sem nenhum tipo de prevenção ou cuidado com a saúde.

EMPRESÁRIOS

Os empresários deveriam se unir para repudiar essas ações de Denarium. Ainda que os donativos sejam importantes e que a complementação da renda familiar seja uma obrigação de Denarium, considerando as promessas de campanha, se os números de casos aumentam e geram um novo impacto na ocupação dos leitos de UTI, a única medida que sobra para conter o vírus continuará sendo fechar o comércio. Poderia ser diferente, caso houvesse a garantia de aceleração na campanha de vacinação ou se o governo organizasse melhor os eventos.

ANTECIPOU

Mas, nesses encontros o objetivo é apenas um: fazer a campanha de Denarium. Eles ainda acham que uma imagem mostrando um local cheio de gente sem máscara ou o mínimo de distanciamento representa sucesso. Pode parecer para quem tem pouca noção do perigo das aglomerações. É fácil provar que a antecipação da campanha eleitoral de Denarium traz sérios riscos à saúde pública. A prova é o diagnóstico positivo do presidente da Assembleia Legislativa, Soldado Sampaio. Desde que assumiu a presidência da Casa, Sampaio está acompanhando Denarium e se expõe aos riscos dos eventos irresponsáveis organizados pelo governador. O resultado foi o teste positivo para essa doença traiçoeira. Apesar de não concordar ideologicamente com alguns posicionamentos do deputado Sampaio, a Coluna se solidariza estimando sua plena recuperação.

QUANTOS MAIS?

O caso do deputado Soldado Sampaio é o mais conhecido. Porém, quantas outras pessoas já manifestaram os sintomas da doença após esses eventos irresponsáveis? E quantas delas conseguiu receber o atendimento de qualidade que merece? Infelizmente, quantas dessas vão morrer pela falta de material e médicos no Hospital Geral de Roraima. Essa é a realidade da saúde pública estadual. Triste mas, real. E até o momento ninguém fez nada para melhorar. Nem Denarium, nem Chico Rodrigues (Dem), nem Telmário, nem Mecias, nem Jhonatan, e menos ainda qualquer deputado estadual.

PARECE

A impressão que fica é que esses parlamentares apenas acatam tudo que Denarium diz e o resultado é o pior possível. Roraima chegou a mais de 1.500 vítimas desde o começo da pandemia. Se os números aumentarem, as prefeituras terão que tomar decisões. E rápidas, porque nem o HGR e nem a Maternidade têm mais condições de enfrentar uma terceira onda. Essa é a verdade, ainda que Denarium insista em dizer que não. Todos os envolvidos nesses atos irresponsáveis mereciam uma punição. Deliberadamente, eles colocaram em risco a vida das pessoas.

BOIA

Um colaborador da Coluna se divertiu muito neste final de semana, vendo as imagens que circularam nos grupos de whatsapp mostrando o senador Chico Rodrigues no Sul de Roraima, visitando áreas inundadas. A risada, segundo ele, tem relação com um dito popular: “mer? não afunda, bóia”. Para este colaborador, a imagem de Chico com água acima do peito ilustraria muito bem essa frase. Fica para a reflexão crítica dos leitores.