Familiares denunciam que paciente com covid-19 morreu por falta de sedativo no HGR

A falta do medicamento Midazolan, sedativo que induz o paciente ao coma enquanto respira com a ajuda de aparelhos, pode ter sido a causa da morte de Arlete de Souza Cunha, de 49 anos, na madrugada da sexta-feira (3). Isto é o que afirma uma amiga dos familiares, sob a condição de anonimato.

A paciente estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR) desde o dia 13 de junho, após sofrer o agravamento dos sintomas da Covid-19 em Rorainópolis, onde morava.

Conforme a denunciante, até poucos dias Arlete era sedada com o Midazolam, porém, quando as ampolas deste medicamento começaram a diminuir no estoque do HGR, a equipe médica passou a inserir no tratamento outro sedativo, o Proporfol.

Este medicamento, segundo ela, não dava os mesmos resultados que o Midazolam, mas provocava efeitos colaterais. “Danificou o fígado, os rins, ela não conseguia mais urinar”, denuncia a amiga.

Uma das alternativas apresentadas à família foi a compra com dinheiro próprio das ampolas, cerca de 200 solicitadas pelo médico. Eles ainda conseguiram encomendar uma caixa em Manaus, mas não era suficiente.

“Eu acredito que o Estado tem culpa por deixar faltar o medicamento nos hospitais, acredito que houve erro do médico, porque poderia ter falado antes que estava faltando esse remédio. Se tivessem corrido atrás antes, ela com certeza estaria viva, porque quando tomava esse medicamento, estava bem melhor. Quando acabou, eles começaram a aplicar outro e aí ela começou a ter reações”, diz a amiga da família.

A escassez do sedativo Midazolam foi denunciada no último dia 27. A informação havia partido de um profissional da saúde lotado na UTI do HGR. À época, o medicamento já estava em falta há pelo menos 10 dias.

Informações: Folha de Boa Vista – foto: Arquivo Pessoal