Serra do Tepequém – 100 quilômetros de abandono, descaso, buracos e muito perigo

A Serra do Tepequém é um dos principais pontos turísticos de Roraima. A 208 km da capital Boa Vista, os primeiros 108 km do trajeto pela BR-174 estão em perfeito estado, sem buracos, com sinalização adequada, radares e postos de fiscalização.

O maior problema está no percurso de Araçá até a Vila do Paiva pela RR-203, que contabilizam os outros 100 km. Esse trecho está completamente abandonado, com mato invadindo a pista, muitos buracos, há regiões onde nem asfalto existe mais, muito quebra-molas sem sinalização, animais soltos e sem acostamentos.

Segundo denunciante que publicou fotos do trajeto nas redes sociais, é preciso muita atenção ao percorrer os últimos 90 km, porque por conta dos buracos o condutor é obrigado a dirigir os veículos pela contramão em vários trechos, colocando em risco quem vem pelo outro lado da pista.

“É preciso que haja muita atenção e cuidado ao ir à Serra do Tepequém. A única pista de acesso, a RR-203, está intrafegável. O trecho que levaria uma hora para ser percorrido, foi feito em quase duas horas por conta dos desvios, buracos e trechos sem asfalto. Não adianta pegar velocidade”, escreveu.

Na subida da Serra, nos últimos 25 km, também é preciso ter muita atenção, pois há muitos buracos e crateras que obrigam o condutor a dirigir invadindo a outra pista, principalmente nas curvas, o que coloca em risco tanto quem está subindo a serra como quem está descendo, em velocidade.

“A única coisa que está boa nessa estrada são as pontes de madeira. Todas foram reformadas e estão bem sinalizadas, mas o trajeto inteiro de mais de 90 km está horrível. É preciso muito cuidado, pois a qualquer hora pode acontecer uma tragédia. É triste ver que o Tepequém, que podia gerar muita renda e melhorar o turismo está completamente abandonado pelo poder público”, completou.

Escadaria de acesso à cachoeira do Paiva impossibilita descida de pessoas com pouca mobilidade

A cachoeira mais visitada da Serra do Tepequém, a cachoeira do Paiva, próxima à vila, está com as escadarias em péssimo estado de conservação. Vários degraus soltos e parte da estrutura, sem manutenção, desabou com a força das águas. Pessoas com pouca mobilidade, idosos e crianças não conseguem mais ter acesso ao local.

“Dos mais de 200 degraus, pelo menos a metade está nessas condições (ver foto), impossibilitando uma descida segura e tranquila. É preciso entrar e caminhar pelas laterais, se segurando pelas cordas e árvores para não escorregar”, se queixou um turista.

Ex-governadora Suely Campos chegou a anunciar projeto de recuperação do Tepequém

Em março de 2017, a governadora Suely Campos, hoje afastada do cargo após intervenção federal, chegou a anunciar investimentos na região para construção de Mirante, pórtico de entrada, mirante na subida da Serra e ponte sobre o igarapé do Paiva.

Até o momento, apenas placas foram instaladas e a ponte sobre o igarapé do Paiva foi finalizada. “Todas as ações visam a transformar Tepequém em uma instância turística”, chegou a dizer o diretor do Departamento de Turismo, Ricardo Peixoto, na época.

Promessas de Suely, na época. 

Mirante do Paiva
Será construído em um ponto extremo da cachoeira do Paiva. Permitirá que os visitantes tenham uma visão privilegiada da queda d’água do Paiva, bem como de boa parte da região. Será um dos painéis de contemplação.

Pórtico de entrada
Servirá como um ponto de controle para o acesso a Vila do Tepequém. Nele estarão juntos os órgãos ambientais e de controle. O objetivo é avaliar a capacidade de carga e o número de visitantes, além da segurança do local.

Mirante na subida da serra
Ficará próximo à instância do Sesc. O objetivo é que o visitante contemple as serras e curvas da região. Uma visão ampla e profunda do cenário Tepequém.