Ação apreende 57 menores em baile funk clandestino regado a drogas e álcool em Boa Vista

Porção de droga e balança apreendida na chácara onde ocorria o baile funk clandestino, em Boa Vista — Foto: Felipe Medeiros/Rede Amazônica Roraima
Responsável pelo baile funk clandestino foi autuado pelo Juizado da Infância e Juventude — Foto: Felipe Medeiros/Rede Amazônica Roraima

Um baile funk clandestino foi fechado e 57 adolescentes foram apreendidos durante uma fiscalização da Vara da Infância e Juventude na madrugada deste sábado (19). A festa, regada à bebidas alcoólicas e drogas, ocorria em uma chácara no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste de Boa Vista.

O organizador do baile, um jovem de 19 anos, foi autuado por promover festa sem alvará e vai responder administrativamente na Vara da Infância e Juventude. No último domingo (13), 42 adolescentes foram detidos em uma festa semelhante.

Os adolescentes detidos foram levados para a sede do Juizado da Infância e Juventude. Foram necessários um micro-ônibus e uma van para transportá-los.

A festa foi organizada e divulgada pelas redes sociais. A suspeita é que o evento era financiado por facções criminosas que aliciam menores para a criminalidade.

Porção de droga e balança apreendida na chácara onde ocorria o baile funk clandestino, em Boa Vista — Foto: Felipe Medeiros/Rede Amazônica Roraima

O flagrante ocorreu por volta de 1h. No local, os agentes encontraram dezenas de garrafas de bebidas alcoólicas, porções de drogas e até uma balança de precisão.

“O aliciador usa esse tipo de evento, denominada ‘social’, como uma ferramenta para recrutar esses adolescentes. É um evento regado a muitas bebidas, muitas drogas”, explicou Feliciano Luz, conselheiro tutelar que participou da ação.

De acordo com Lorrane Costa, chefe da Divisão de Proteção da Vara da Infância e Juventude, os adolescentes só seriam liberados após o comparecimento dos pais.

“Cada pai que é responsável por um filho desse vai responder a um processo de infração às normas administrativas, cuja a multa é de três a 20 salários mínimos. Caso o pai não apareça, ele continua respondendo a processo, que nosso sistema faz a busca [pelo nome]. Então, ele vai responder de qualquer forma, só que o processo vai seguir um novo rito por ele não estar aqui e não buscar o filho. Isso agrava a situação do pai”

Festa clandestina foi organizada pelas redes sociais; adolescentes foram levados para a Vara da Infância e Juventude — Foto: Felipe Medeiros/Rede Amazônica Roraima

Uma garota de 15 anos, detida na festa, disse que foi à festa somente para dançar. Ela afirmou ter visto adolescentes usando drogas e fazendo sexo explícito.

“Quando cheguei, o cheiro de droga era forte. Da entrada dava para sentir. Tinha também muita bebida. Tem uns meninos que ficam mantendo relação sexual dentro da piscina”, disse ela.

A ação teve o apoio do Conselho Tutelar, Polícia Militar e agentes da Força Nacional.

Por Felipe Medeiros, Rede Amazônica Roraima — Boa Vista