Roraima é um dos sete estados em que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai concentrar as ações da Operação Amazônia Soberana, para conter o desmatamento ilegal no maior bioma do Brasil. A ação vai combater a extração ilegal de madeira, que está acelerando o desmatamento na Amazônia, em meio a um aumento nas derrubadas.
O Estado lidera o ranking dos que mais degradaram a Amazônia entre agosto de 2018 e abril deste ano, com 86% do total, o equivalente a 88 km². A degradação florestal está relacionada principalmente a queimadas e exploração madeireira insustentável.
Esse processo altera florestas, aumenta as emissões de carbono e ameaça a biodiversidade. Em todo o território amazônico, o número chegou a 102 km2.
MEGAOPERAÇÃO
A operação, deflagrada nessa quinta-feira (5) é a maior realizada pelo órgão. As 17 equipes de fiscalização, com 165 agentes federais vão realizar autuações, embargos e apreensões em Roraima e mais seis estados: Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia.
Dados do boletim divulgado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados no dia 27 alertam que o desmatamento na Amazônia aumentou 20% nos últimos oito meses. Neste período, o bioma perdeu 2.169 km2 de floresta. Os estados com maior devastação foram Pará, Mato Grosso e Amazonas. No mesmo intervalo entre 2017 e o ano passado, foram devastados cerca de 1807 km2.
Alvo de invasão de garimpeiros, a Terra Indígena Yanomami, que ocupa o Norte de Roraima e uma parte do Amazonas, perdeu 45 hectares em abril. A Funai anunciou a reabertura de duas bases para conter o conflito na região.
A extração ilegal se alastra no território dos povos Yanomami e Ye’kwana. Até dezembro, o Exército mantinha bases na TI, o que inibiu e conseguiu expulsar garimpeiros. O abandono da base fez o território voltar a ser alvo.
Nos primeiros 15 dias de maio, a Amazônia perdeu o equivalente a 19 hectares por hora, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados pelo jornal ‘O Estado de S.Paulo’. Esta é a pior avaliação de um mês de maio em uma década.
OPERAÇÃO
A segurança para a realização da operação é garantida por 125 policiais militares e civis, que também contribuem com a aplicação de medidas penais aos infratores. Oitenta e cinco carros e cinco helicópteros são usados nas ações. O objetivo é esquadrinhar as regiões com maior concentração de ilícitos para conter a expansão dos danos ambientais.
Além das ações ostensivas, o Ibama reforçará operações remotas baseadas no cruzamento de dados gerados por satélite com informações de bases cadastrais. O desflorestamento ilegal pode resultar em multa, responsabilização penal e obrigação de reparar os danos causados ao meio ambiente.
Informações: Roraima em Tempo