Reitor da UERR diz que governador se baseou em fake news para decretar afastamento

Regys Odlare de Lima Freitas em coletiva na manhã desta terça (5) — Foto: Fabrício Araújo/G1 RR
Regys Odlare de Lima Freitas em coletiva na manhã desta terça (5) — Foto: Fabrício Araújo/G1 RR

O reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Regys Odlare Lima de Freitas, afirmou que o governador Antonio Denarium (PSL) se baseou em fake news para decretar seu afastamento e o do vice-reitor, Elemar Favreto. A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (5).

Um dos argumentos usados por Denarium para o afastamento foram “publicações em redes sociais” sobre inquéritos em que Regys é investigado. Uma dessas investigações é relacionada a impostos da aposentadoria dos servidores que são descontados, mas não chegam a ser repassados ao Instituto de Previdência do Estado de Roraima (Iperr).

Em nota, o governo não pronunciou sobre a declaração do reitor de que usou de fake news para afastá-lo. no entanto, respondeu que respeita a decisão do juiz, porém, por meio da Procuradoria Geral do Estado, “vai recorrer dentro dos prazos previstos em Lei, podendo o reitor ser novamente afastado”.

O reitor assumiu que os impostos não são repassados porque desde 2013 a UERR não possui condições de executar o seu orçamento.

“Assumi esta instituição em 2015 e ela já tinha um débito com imposto de renda de R$ 7 milhões, e nem por isso os servidores tiveram problemas. Com uma medida de austeridade pagamos tudo”, afirmou o reitor, ao justificar que tem priorizado “pagar as dívidas mais antigas”.

Acerca do orçamento, o governo informou que vem repassando rigorosamente todos os meses os valores dos servidores, “assim como os encargos previdenciários e consignados, diferente do que ocorre na UERR”.

Um grupo de professores protestava no auditório da UERR durante a coletiva, eles pediam uma segunda apuração sobre o processo de homologação das chapas que devem concorrer a eleição de reitor da UERR para os próximos quatro anos, e também de denúncias contra o reitor.

Somente uma chapa concorre ao cargo de reitor da instituição, e ela é encabeçada pelo atual reitor Regys. A eleição foi cancelada após Leila Perussolo assumir como tutora extraordinária e comissão eleitoral se dissolver, mas quando a Justiça derrubou o decreto todas ações feitas durante a intervenção foram anuladas.

“A comissão eleitoral deve se manifestar, mas sendo as decisões da tutora extraordinária suspensas por ordem judicial, a eleição segue da mesma forma. Não há nenhum empecilho para isso”, declarou Regys.

O reitor descartou a hipótese de ter sido usado como alvo na briga institucional entre os poderes Executivo e Legislativo de Roraima. Em outro momento da coletiva, Regys afirmou que deseja crer que o afastamento deve ocorrer “só por mal assessoramento do governador”.

Uma comissão de auditoria interna deve ser formada para apurar se objetos ou documentos sumiram da UERR durante a intervenção do governo.

Informações: G1 Roraima