Polícia Civil investiga esquema que envolve empréstimos consignados a servidores públicos estaduais

A Polícia Civil de Roraima, por meio da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Decor) deflagrou nesta quinta-feira (3), a Operação “Mamon”, com objetivo de desarticular um esquema que envolve empréstimos consignados a servidores públicos do Estado.

A investigação teve início em março deste ano, quando o delegado geral, Herbert de Amorim Cardoso, encaminhou à Decor documentos que apontavam indícios da fraude, requisitando a instauração da investigação.

O trabalho é coordenado pelos Delegados Wesley Costa Oliveira e Juseilton Costa e Silva, que atuam na Decor. Assim que eles tiveram acesso aos documentos, iniciaram a apuração dos fatos.

Segundo informações do delegado, Wesley Costa, foi constatado que uma empresa de empréstimos de consignado, ao refinanciar as dívidas dos servidores que já tinham empréstimos anteriores, inseriam dados falsos no sistema financeiro das empresas que concediam os empréstimos. Assim, a empresa recebia pela quitação da dívida anterior, mas o dinheiro não era repassado às financeiras, causando dívidas ainda maiores aos servidores, que não tinham suas contas quitadas.

“Hoje foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão com a finalidade de obter novos documentos e indícios da prática do ilícito de inserção de dados falsos”, disse o delegado.

Ainda conforme o delegado, as vítimas do esquema já foram ouvidas e confirmaram que tiveram prejuízos relacionados a empréstimos não quitados, os quais haviam pago. “Algumas vítimas chegaram a ser pressionadas pelos funcionários da empresa para não revelar à Polícia como funcionava o esquema”, afirmou.

Se comprovada as fraudes, as pessoas envolvidas no esquema podem responder por estelionato, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação da administração pública e coação no curso do processo. Os trabalhos ainda não foram concluídos e várias diligências ainda estão em andamento.

Nome da operação – Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre personificado como uma divindade. O termo significa literalmente “dinheiro”.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Divulgação/PCRR