Pais de alunos da Escola Indígena Santa Luzia devem bloquear a BR-174, no município de Amajari, Norte de Roraima, devido às péssimas condições na unidade. Eles informaram sobre a intenção de protesto.
Conforme o pai de um estudante, tuxauas da região e a Associação de Pais e Mestres (APM) decidiram fechar a via na próxima segunda-feira 904). Eles deliberaram em uma reunião nessa quinta-feira (31).
“O governador quer iniciar as aulas com as péssimas condições, banheiros que não funcionam, quando molha chove, sem ar condicionado, sem água. Forro caindo. Escola que atende outras comunidades nem transporte tem”, comentou.
Esta não é a primeira vez que as péssimas condições da escola é alvo de denúncias. Anteriormente, em janeiro deste ano, um professor revelou que em 2019 o Ministério Público de Roraima (MP) chegou a pedir do governo para realizar uma reforma na unidade.
“O MP interviu à escola porque ela estava totalmente inadequada para receber os alunos. A parte elétrica, hidráulica, a pintura, os forros. E uma visita do Ministério Público detectou que a escola tinha que ser reformada”, relatou o professor.
Conforme ele, a reforma foi realizada de maneira errada, o que ocasionou a deterioração da estrutura da escola. Por conta disso, tiveram que refazer a reforma inúmeras vezes.
A escola atende atende alunos do Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e EJA das comunidades Juraci, Urucuri, Ponta da Serra, Nova União bem como Mutamba e Mangueira.
Carta da escola para Seed
Em seguida da decisão pelo bloqueio, a comunidade enviou uma carta à Secretaria de Educação e Desporto (Seed) para cobrar a finalização da reforma. Além disso, mencionou os problemas da unidade.
Entre eles estão a falta de água potável, ventiladores, ar-condicionado, mobiliários para o setor administrativo, transporte escolar, serviços de assistência pedagógica para alunos com deficiência e outros.
Ainda de acordo com o pai de um dos estudantes, os banheiros estão com a estrutura comprometida, bem como a quadra da escola, que foi recentemente reformada.
“Nós pais decidimos com outros tuxauas não aceitar isso. O governo quer colocar tudo velho nas escolas indígenas. Tem banheiros inadequados e centrais de ar jogadas por toda parte”, disse.
Conforme a carta das lideranças, a comunidade escolar quer o início das aulas presenciais somente quando o Governo de Roraima finalizar os seguintes serviços:
“O objetivo das lideranças das comunidades que possuem alunos matriculados nesta instituição, é de fato alcançar uma educação não só apenas diferenciada, mas com qualidade de forma significativa […] Esperamos que a Secretaria de educação junto governo do estado repense sobre nossas reivindicações, compreenda a nossa atitude e possa realmente garantir o seu papel social”, finaliza o documento.
Citado
Em nota, o Governo de Roraima informou que “a escola foi revitalizada pelo Governo de Roraima e também recebeu novos mobiliários como carteiras escolares e kits refeitórios”. Além disso, acrescentou que a unidade de ensino está na programação para reinauguração.
Informações: Roraima em Tempo