“Não posso achar normal uma mãe dar a luz dentro de tendas e lonas”, critica Édio durante entrevista

"O governador foi eleito dizendo que dinheiro tinha e o que faltava era gestão, parece que esse jargão continua muito atual", disse Édio

Édio Lopes (PL), candidato a vice-governador na chapa de Teresa Surita (MDB), pela coligação Roraima Muito Melhor, participou de entrevista na Rádio Tropical nesta terça-feira, 6. Na ocasião, ele disse que a escolha para compor a chapa de Teresa foi pessoal, e não de partidos políticos, blocos econômicos, e que se colocou à disposição para fazer a transformação que Roraima precisa, compondo aquele que será o melhor governo de todos os tempos.

Edio afirmou que se considera hoje o homem que  melhor conhece o estado, pois  não há uma comunidade indígena, ribeirinha, vicinais e vilas que ele não conheça, já que esteve presente e tem trabalho em todas elas.

“Nós conhecemos não de ouvir dizer, mas por lá estar. E na grande maioria por ter deixado nossa marca de trabalho de alguma forma em todas as áreas. Por isso, nossa visão de estado é ampla. Eu sou oriundo da agricultura, mas toda essa minha passagem pelo mundo do parlamento me trouxe uma ganho extraordinário em outras áreas, na educação, saúde, segurança pública, segmentos tão precárias nos dias atuais no nosso estado e vamos mudar essa realidade”, disse.

Com experiência na capital, Teresa sabe trabalhar em parceria com as prefeituras

Édio garantiu que uma diferença entre a futura gestão para o atual governo será o trabalho em parceria com as prefeituras, para que a população seja beneficiada com as melhores ações, que leve qualidade de vida e transformação.

“Pela passagem como parlamentar trabalhei com todos os municípios e prefeitos do estado. O trabalho tem que ser desenvolvido em prol de uma sociedade, de uma comunidade e, nesse aspecto, Teresa disparadamente leva vantagem porque, como prefeita que já foi por cinco oportunidades, como deputada que exerceu dois mandatos, é uma municipalista por essência. E sendo assim, o trato do governo com os municípios será em outro patamar. Hoje nós vemos um distanciamento do chefe do executivo estadual com os municípios, a não ser nesse período que antecede as eleições”, frisou Édio.

Edio comparou espaços públicos do estado com os da capital

“É fácil você olhar e imaginar: o Parque Anauá, que deveria ser uma área explendorosa de lazer da família e depois, olhe o Parque do Rio Branco. Você olha o Totosão e depois olhe para a Vila Olímpica. Você olha para uma escola do município de Boa Vista na gestão Teresa e continuando na gestão Arthur, são escolas de excelência.  Ai você vai para a escola do governo, que fica ao lado e vê um prédio em ruínas, sem merenda, sem professor, sem tecnologia nenhuma”, frisou.

Sobre o abandono dos parques áquaticos da cidade, Edio disse que se tratou de uma falta de respeito com os mais pobres. “Era uma área de lazer, de diversão das famílias, que levavam suas crianças aos domingos e feriados para se divertirem e esse governo acabou com tudo”, lamentou.

Teresa está capacitada e preparada para ser governadora de Roraima

“Uma mulher que administrou nossa capital com 70% da população que o estado possui e que fez em oito anos, da pior capital do país à quinta melhor capital da federação, esta mulher sabe o que é gestão pública. Além do mais preisamos analisar do ponto de vista de orçamento. Teresa administrou uma cidade estado com 70% da população, com um orçamento menor que o orçamento que existe só na Secretaria Educação do Estado. Portanto, quem consegue fazer isso, transformar Boa Vista na quinta melhor capital, transformar Boa Vista na Capital Nacional da Primeira Infância e estruturar nossa cidade, é uma mulher que está mais do que preparada para governar o restante do estado, que detém apenas 30% da população”.

Crianças estudam sentadas no chão em comunidades indígenas

Questionado sobre os investimentos na agricultura familiar, Edio destacou que a capital Boa Vista passou por uma transformação muito positiva nos últimos anos na gestão Teresa e que está pronta para continuar o seu processo de desenvolvimento na gestão do prefeito Arthur Henrique. Porém, destacou que no interior do estado será necessário fazer um trabalho sério, de valorização do produtor que está abandonado, garantindo oportunidades e o apoio que não encontram no atual governo.

De acordo com ele, hoje, o grande gargalo do estado, excluindo saúde e educação, é  interior do estado.  “No interior do estado é onde vive a grande massa de pequenos produtores, de  comunidade ribeirinha, comunidade indígena, três seguimentos importantíssimos na nossa sociedade que foram totalmente esquecidas do processo de desenvolvimento”, disse.

Ele continuou falando sobre o abandono do pequeno produtor. “Você vai numa comunidade indígena hoje, está abandonada, criança indígena estudando sentada no chão, sem merenda, faltando  professor, turmas inteiras de alunos estudando embaixo de um pé de manga, porque a escola está caindo e não oferece mais grau de segurança para professores e alunos. Você vai para as vicinais, o pequeno agricultor está abandonado, vendendo seus lotes a troco de nada porque não tem mais acesso, não tem estrada, não tem ponte, não tem transporte escolar para levar seu filho para a escola. Se alguém ficar doente, não tem como obter socorro a tempo”, afirmou.

Edio disse que em sua gestão – Teresa/Edio, o trabalho terá início logo no primeiro dia do ano. “Nós entendemos que temos que começar 1º de janeiro a todo vapor, fazendo a transformação que esse estado precisa. Até porque não podemos imaginar um estado forte com municípios estão desassistidos como é a realidade atualmente. Mesmo porque  70% de tudo aquilo que o brasileiro bota na mesa vem da mão, da lavra de um pequeno agricultor nesse pais”.

Sobre investimentos no interior como deputado

Edio apontou ainda emendas parlamentares que ele e Romero Jucá (MDB) trouxeram e permitiram a entrega de quase 10 mil cabeças de gado às comunidades indígenas, sendo esse o maior projeto de bovinocultura das comunidades indígens em 500 anos no Brasil.

“Sou o deputado que mais energia levou para o interior do estado, comunidades indígenas e agricultura familiar. Para o estado, eu fiz uma emenda, na época da pandemia, da ordem de quatro milhões e seiscentos mil reais, que foram trasnferidos aos cofres públicos do estado naquele momento em que nós nos preocupávamos com os efeitos da pandemia. Meu trabalho é feito com os 14 municípios. Não há um município desse estado que não tenha recebido emenda do deputado Édio”, garantiu.

Edio criticou estrutura improvisada da maternidade, com tendas e lonas

Édio finalizou a entrevista falando sobre a saúde do estado. Disse que Teresa e ele terão um grande desafio pela frente. E que será necessário começar a arrumar a casa logo no primeiro dia, pois considera inadmissível como o atual governo tem se comportado diante de tanto descaso.

“Eu não posso achar que esse estado está normal quando falta um lençol para botar na cama do doente, falta o esparadrapo, faltam gases, falta até água para um doente beber. O governador foi eleito dizendo que dinheiro tinha e o que faltava era gestão, parece que esse jargão continua muito atual. Eu não posso julgar ser normal o hospital de Mucajaí ser descoberto para uma reforma há mais de um ano e que está parada lá. Você vai para Normandia e o hospital de lá está do mesmo jeito. Os pacientes sendo atendidos debaixo de uma barraca de lona. Eu não posso achar normal que uma mãe vá ganhar seu bebê em uma barraca de lona, com cenas que envergonharam Roraima no mundo inteiro, vendo aquelas mães saírem numa fila com seus bebês em baixo e água e lona caindo na cabeça”, finalizou.