O número de casos de sarampo em Roraima caiu em relação ao ano passado quando houve um surto e foram notificados 580 casos da doença, sendo 361 confirmados e o registro de quatro óbitos. Este ano, até a tarde de quinta-feira, 26, haviam sido notificados 45 casos, sendo um confirmado, 35 descartados e nove continuam em investigação. O caso confirmado até o momento é de um imigrante venezuelano, diagnosticado em fevereiro, em Pacaraima.
Juntando os registros dos dois anos, Roraima já apresentou 625 casos notificados, 362 confirmados, 254 descartados e nove sendo investigados.
Por nacionalidade, em 2018 e este ano, foram notificados casos de brasileiros, venezuelanos e outros imigrantes. Foram 317 casos notificados de brasileiros, sendo 139 confirmados e 172 descartados. O número de venezuelanos notificados foi de 304 casos, sendo 220 confirmados e 81 descartados. Já entre os guianenses foram notificados dois casos e um confirmando. Entre os peruanos houve um caso notificado e confirmado.
À Folha, a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Roraima (DVE/RR), Vanessa Barros, disse que os casos de sarampo no Estado estão sendo monitorados e controlados com ações de vacinação e acompanhamento nos 14 municípios do interior e na Capital Boa Vista.
“Podemos dizer que estamos conseguindo controlar o sarampo, mas temos que ficar sempre alertas e atentos, pois a qualquer momento pode entrar uma família com a doença e haver outro surto”, disse.
Ela explicou que os casos notificados pelos agentes em todos os municípios são enviados para a Sesau, onde por meio de exames laboratoriais é identificado ou não o sarampo e, caso positivo, o município realiza todo procedimento de acompanhamento e tratamento do paciente.
“Depois de enfrentarmos um surto da doença em 2018, foram feitas ações de monitoramento, treinamento e capacitação de técnicos em todos os municípios, com a investigação e acompanhamento do paciente e das pessoas próximas”, disse.
Vanessa Barros citou que o surto agora está circulando na região Sudeste, mais especificamente em São Paulo, que se encontra em estado de alerta.
“Não temos como confirmar como a doença chegou a São Paulo, se foi através dos imigrantes ou não, mas o importante é que todas as pessoas, de seis meses de idade até 49 anos, vão até um posto de saúde para serem vacinadas”, afirmou. “A orientação que passamos para os municípios é que façam a prevenção em toda a população, inclusive aos imigrantes, vacinando e acompanhando os casos notificados”, disse.
Por municípios, este ano Boa Vista lidera com 39 casos notificados, 30 descartados e nove em investigação. Depois aparece o município de Pacaraima com dois casos notificados, um descartado e um confirmado. Já os municípios de Caracaraí, Caroebe, Normandia e São João da baliza tiveram um caso notificado, cada, e que foram descartados. (R.R)
Vírus do sarampo é propagado pelo ar
Os cuidados para não contrair o sarampo foram ressaltados pela gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Roraima (DVE/RR), Vanessa Barros, que citou a vacina como única forma de ficar livre da doença.
“A transmissão do sarampo ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, na tosse, espirros ou até mesmo na respiração”, disse.
O sarampo é uma doença viral infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. Começa com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.
No quadro clínico clássico as manifestações, além da presença de febre e exantema incluem tosse, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral).
A primeira dose deve ser feita para crianças que completarem 1 ano. A segunda dose deve ser aplicada aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida. Porém, devido ao aumento de casos de sarampo, todas as crianças de seis meses a menores de um ano devem ser vacinadas (dose extra).
Se você tem entre 1 e 29 anos e recebeu apenas uma dose, recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina. Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo não precisa se vacinar novamente.
Mas para quem não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão ou não se lembra, são recomendadas, para quem tem de 1 a 29 anos, tomar duas doses; de 30 a 49 anos, apenas uma dose. A vacina é contraindicada durante a gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado.
Informações – Folha de Boa Vista – Foto Divulgação