A Crise Climática no Rio Grande do Sul e a Manipulação Política de Jair Bolsonaro

O Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores crises climáticas de sua história, com uma catástrofe que devastou praticamente todo o estado. Em meio a essa tragédia, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em um movimento ardiloso, tenta desviar a sua responsabilidade das causas que contribuíram para as mudanças climáticas. Em uma postagem nas redes sociais, Bolsonaro ataca o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Lula, acusando-os de serem “ecoterroristas” e de trabalharem contra o desenvolvimento econômico do Brasil, mesmo após o governo Lula ter aprovado o repasse de R$51 bilhões para recuperar o estado.

Bolsonaro se aproveita da falta de conhecimento de seus seguidores para promover uma agenda negacionista das mudanças climáticas. Isso evidencia porque, durante seu governo, ele tentou desmantelar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e enfraquecer o ensino superior. A estratégia de desmonte do sistema educacional, que remonta ao período militar entre 1964 e 1985, visa criar uma população incapaz de compreender questões complexas como as mudanças climáticas, tornando-a mais suscetível à manipulação.

A destruição das capacidades críticas do povo brasileiro é um fator crucial para o apoio à extrema direita liderada por Bolsonaro. A incapacidade de entender os impactos humanos no meio ambiente e suas consequências climáticas facilita a aceitação de discursos simplistas e enganosos. A tragédia no Rio Grande do Sul, com muitos ainda apoiando Bolsonaro, ilustra a eficácia dessa estratégia de desmonte educacional.

No estado de Roraima, por exemplo, as escolas estaduais são um retrato da precariedade. Alunos são aprovados sem a devida preparação, resultando em analfabetos funcionais que não conseguem analisar criticamente as informações que recebem. Esse cenário é um reflexo da política de desmonte educacional que se repete ao longo dos anos.

A postagem de Bolsonaro também contém uma contradição lógica que passa despercebida por seus seguidores. Ele acusa Lula de trabalhar para “mega-monopólios industriais mundiais”, o que contradiz a atribuição histórica de Lula como comunista. Essa incongruência revela a incapacidade dos seguidores de Bolsonaro de perceberem as mentiras que lhes são contadas, pois muitos são incapazes de compreender que se Lula defende a grande indústria jamais poderia ser comunista e vice-versa. Algo como ou você é evangélico do candomblé.

A ignorância é a base do negacionismo e continuará prosperando enquanto o sistema educacional for negligenciado.

Mesmo diante de fatos públicos, como a diferença no apoio financeiro entre Bolsonaro e Lula durante crises climáticas – com Bolsonaro repassando apenas R$700 milhões à Bahia em 2021, enquanto Lula destinou R$51 bilhões ao Rio Grande do Sul, incluindo R$11 bilhões em deduções de juros não reembolsáveis a união – os seguidores de Bolsonaro têm dificuldade em perceber a diferença nas atitudes de apoio entre os dois presidentes. Novamente, se a pauta do Lula é destruir a economia do Agro por qual razão ele gastaria R$51 bilhões em um estado em que mais de 70% dos eleitores votam como Bolsonaro e são contra as pautas ambientais?

A solução para o Brasil passa pela defesa de um sistema educacional robusto, desde a primeira infância até o ensino universitário. A educação deve ser a pauta central do país, pois o que nos coloca em atraso em relação às economias desenvolvidas é a capacidade da mão de obra, e não apenas os recursos naturais. Investir na educação é essencial para formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de enfrentar os desafios do século XXI e de resistir à manipulação política.

Bolsonaro e sua máquina de disseminação de fake News não vai parar de mentir descaradamente sobre a realidade que está na nossa cara para todo mundo ver, mas ele e sua equipe sabem que os seus seguidores jamais vão contestar, pelo contrário, vão reproduzir as suas mentiras como se fossem doutores no assunto.