Roraima liderou ranking de mortes maternas por causas evitáveis em 2021

Roraima liderou ranking de mortes maternas por causas evitáveis em 2021
Gestante – Foto: Divulgação

Nos últimos dias, o caos na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth ganhou repercussão por conta do número de bebês que morreram na unidade apenas no início de 2023. Mortes de gestantes e mulheres no pós parto também tem sido uma realidade.

Roraima, inclusive, chegou a liderar o ranking de mortalidade materna em 2021. Foram 280 mortes por 100 mil nascidos vivos. O dado consta no Observatório Brasileiro, divulgado pela Folha de S. Paulo nesta semana.

Conforme o Observatório Obstétrico Brasileiro, a região Norte apresentou taxa de mortalidade de 140,8 mortes por 100 mil naquele ano. Assim, quando avaliados por Estado, o resultado é ainda pior. E Roraima se destacou com a maior taxa do país.

Antes da pandemia, o Brasil já tinha muitas fragilidades na atenção obstétrica, mas com a crise sanitária, elas se intensificaram.

Casos de mortes maternas e infantis em RR

Em Roraima, onde a taxa foi maior que nos demais Estados, a reportagem cita, por exemplo, a morte de uma jovem de 21 anos e do bebê, que vivia em região de garimpo.

A gestação estava na 19ª semana, mas a jovem não tinha feito nenhuma consulta pré-natal. Ela deu entrada na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, no último dia 21 de janeiro, com dor abdominal e perda de líquido amniótico.

No décimo dia de internação da paciente, foi constatado que o bebê havia morrido no útero. Dessa forma, o caso se soma a outras 27 mortes de bebês registradas na maternidade do início deste ano até 7 de fevereiro.

Uma tia relatou à reportagem que após receber medicamento para induzir o parto, a jovem passou dois dias sofrendo. Além disso, ela não conseguia se alimentar e gemia de dores com a barriga inchada. De acordo com a mulher, a resposta que recebiam era de que o inchaço era acúmulo de gases.

Já em estado grave, a paciente foi levada ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Os exames realizados mostram ruptura uterina e uma infecção generalizada. Ela passou por cirurgia, foi intubada e morreu dois dias depois, em 27 de janeiro.

A maternidade, no entanto, negou que havia negligência no atendimento. Sobre as mortes dos bebês, o Governo diz que as causas são diversas, “com parte delas estando relacionadas à falta de pré-natal adequado.

A unidade funciona de forma improvisada em tendas do antigo Hospital de Campanha. O prédio original, por sua vez, está em reforma desde 2021. À época, o governador Antonio Denarium (PP) prometeu que entregaria as obras em pouco tempo, o que não ocorreu.

Fonte: 93 FM com informações da Folha de S. Paulo