Gestante com bebê morto na barriga há 11 dias pede providências na maternidade

Gestante com bebê morto na barriga há 11 dias pede providências na maternidade
Maternidade Nossa Senhora de Nazareth – Foto: Divulgação/Secom-RR

A gestante Francilane Silva da Silva, está internada na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, em Roraima e aguarda há 11 dias para retirar o bebê que morreu na barriga. Conforme ela, a criança já está em estado de decomposição. Pessoas próximas da mulher denunciaram a situação para a redação do Roraima em Tempo nesta sexta-feira (4).

De acordo com a amiga da paciente, Val Clemente, tudo começou quando Francilane apresentou um quadro de diabetes gestacional. A gestante, que mora em Rorainópolis, recebeu um encaminhamento para o Centro de Referência da Saúde da Mulher.

“Ela chegou no Centro de Referência, realizaram o ultrassom e viram que o bebê estava sem sinais vitais. Do Centro de Referência a encaminharam para a maternidade. No dia 27 ela já entrou na unidade com 6 dias com o bebê morto. Eles começaram a dar cytotec, mas não fez efeito algum. Depois de quarta eles passaram a usar o cateter balão de dilatação, mas também sem nenhum resultado”, disse.

Além disso, a denunciante relatou que, após a última ultrassom, a equipe médica da maternidade informou para a Francilane, que o bebê estava em estado de decomposição.

“Ainda na quarta-feira [27] eles bateram outra ultrassom e viram que a cabeça do bebê já está se decompondo dentro dela. Eu questionei a médica dos métodos que eles estavam usando e o que eles iam fazer pra ajudar minha amiga. Mas eles tratam a gente como um nada, ela simplesmente virou as costas pra mim e falou que não tinham o que fazer, apenas medicamento”, relatou.

Dessa forma, a amiga de Francilane está desesperada. Ela cobra um melhor atendimento e mais responsalibilidade por parte do Governo de Roraima.

“Eu estou desesperada, sinceramente. Eu acho uma injustiça o que estão fazendo com ela. O nosso governador deveria ver e melhorar a saúde. Minha amiga não é a primeira e nem a última nessa situação. Então eu espero que eles parem com essa negligência. Ela já está pálida, ficando pior”, finalizou.

Gestante enfrenta outros problemas

Além disso, a denunciante relatou que há outros problemas, como a falta de estrutura e comprometimento com todos os pacientes da maternidade.

“A nossa saúde está um caos. Lá não tem medicação, não tem sonda, não tem nada. Eu estou mais de 15 dias indo lá, e vi a situação que as pessoas passam. Existem muitas pacientes em péssimas situações, mas têm medo de falar. Estou correndo contra o tempo para ajudar minha amiga”, informou.

Ela destacou ainda que há casos que pessoas conhecidas ou que têm parentes que trabalham na unidade são tratados de forma diferente e com mais atenção. Assim, Val questiona por qual motivo todos não podem ser bem tratados, ou receber o mínimo de atenção.

“Quando é parente de uma técnica que trabalha lá, o tratamento é diferente. Por que não tratam as pessoas da mesma forma? Quando é amigo do governador ou parente de deputado o atendimento é diferente. Eu fico indignada”, frisou.

O que diz a Sesau

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde (Sesau) afirmou que a situação da gestante Francilane Silva da Silva é estável, sem nenhum risco.

Do mesmo modo, informou que protocolos adotados seguem as orientações da Organização Mundial de Saúde, que evita a necessidade de cirurgia, devido aos riscos envolvidos no procedimento.

Fonte: Da Redação