Após caso de estupro coletivo de criança indígena, Associação Yanomami cobra políticas de segurança na Casai: ‘o Estado precisa agir’

Após caso de estupro coletivo de criança indígena, Associação Yanomami cobra políticas de segurança na Casai: ‘o Estado precisa agir’
Casa de Saúde Indígena (Casai) – Foto: Cirilo Makuxi

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) emitiu uma nota de repúdio nesta quarta-feira (20) após a repercussão de um estupro coletivo sofrido por uma criança indígena, de 11 anos, próximo à Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami (Casai-Y), em Boa Vista. No documento, a entidade cobra políticas de segurança na unidade.

“Uma violência absurda e inadmissível! Cobramos das autoridades governamentais a implementação de políticas de segurança e medidas de proteção para crianças, adolescentes e mulheres Yanomami dentro desta casa que deveria ser um local de acolhimento saudável para pacientes e acompanhantes”, destacou a nota.

A HAY sugeriu a construção de uma Casa de Apoio à Saúde Indígena exclusiva para mulheres Yanomami ou então uma ala somente para atender esse público e às crianças e adolescentes. “Não vamos normalizar a violência dentro da Casai-Y ou qualquer outro espaço que faça atendimento ao nosso povo. O Estado precisa agir”, ressaltou a entidade.

A entidade propôs ainda ações de sensibilização sobre casos de violência, assim como controle da entrada de pessoas na unidade e patrulhamento policial nas proximidades.

Casai-Y

O Relatório Missão Yanomami, divulgada pelo Governo Federal em fevereiro deste ano, apontou superlotação na Casai. Com uma capacidade para 200 pacientes, o local abrigava cerca de 700 pessoas. Além disso, o documento destacou problemas graves na infraestrutura da unidade, sujeira, alimentação insuficiente, entre outros problemas.

Para a Hutukara Associação Yanomami, a realidade da Casai ainda é a mesma em quase um ano depois.

Fonte: Da Redação